Gazeta de Muriaé
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Em 17/05/2013 às 10h31

Casa da Menina encerra atividades após 50 anos de trabalho social

Instituição necessitava de reformas e de reajuste no funcionamento para manter trabalho beneficente

Menos de um ano após comemorar 50 anos de fundação e serviços prestados a Muriaé, a Casa da Menina anunciou na última quarta-feira (15), o fim de suas atividades ligadas ao cuidado, educação e assistência social de crianças da cidade. A Casa, que atualmente cuida de 27 meninas, tem até 1º de agosto para encerar suas atividades.

A diretora da Casa da Menina, Celeste Dutra, conta que a instituição já vinha lutando para poder se manter, e que era complicado levantar a verba necessária para a instituição. "Sempre ganhamos muitas doações de alimento, roupas e material de limpeza. O problema maior é realmente com dinheiro, já que todo mês passamos aperto na hora de pagar as seis pessoas que trabalham conosco", explica. Além da situação financeira, a instituição havia sofrido denúncias sobre o trabalho desenvolvido na casa.

 No dia 3 de maio, foi realizada uma reunião entre o Conselho Central de Muriaé da Sociedade São Vicente de Paulo, que mantém vínculo com a Casa da Menina, e o Conselho Metropolitano de Juiz de Fora, para apurar denúncias sobre o trabalho desenvolvido pela entidade. "Algumas denúncias chegaram e fomos à Casa da Menina, e identificamos algumas irregularidades com relação aos recursos humanos, a qualificação profissional, aos cadastros das meninas, a situação delas na casa.  Apuramos ao final da visita, que a casa da forma que estava organizada, não atendia a legislação para uma instituição de acolhimento. É uma legislação federal, e deveria procurar se adequar", explicou a assistente social Graziele Fortini, em entrevista a Rádio Muriaé.

Em nota, a Secretaria de Assistência Social explicou a situação, e proposta feita pela Prefeitura de Muriaé  a vincular as atividades da Casa da Menina ao projeto Pró-Criança. "No dia 11 de abril, o atual promotor da Vara da Infância e juventude, Dr. Fábio Laureano, convocou a Secretária de Desenvolvimento Social, Cláudia Aquino, para uma nova reunião, juntamente com a diretoria da Casa da Menina, Celeste Dutra. Na ocasião, o promotor identificou que a Casa da Menina não estava adequada para ser uma instituição de acolhimento conforme estabelecido em Lei Federal Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1998. Apesar disso, Dr. Fábio Laureano, estabeleceu um prazo para a entidade se adequar às leis ou suspender suas atividades", explica a nota.

Após esta reunião, Cláudia Aquino propôs à diretoria da Casa que, no espaço, passasse a funcionar um Pró-Criança, através de um contrato de comodato entre as partes. Então, no dia 13 de maio, aconteceu uma nova reunião, onde a diretora da Casa da Menina, Celeste Dutra, comunicou que após conversas com o Conselho Central da Sociedade São Vicente de Paulo de Muriaé, Conselho Metropolitano de Juiz de Fora e Conselho Nacional da Sociedade São Vicente de Paulo, haviam chegado ao consenso de que a Casa teria suas atividades assistenciais encerradas. Para realizar a parceria, a Casa deveria fazer reformas, no valor de R$45 mil, conta a diretora Celeste Dutra. A Casa da Menina tem até o dia 1º de agosto para regularizar a situação das crianças.

Meninas terão respaldo da Prefeitura

A secretária de Desenvolvimento social disse em entrevista que as meninas da instituição não deverão ficar desamparadas com o fim dos trabalhos da casa. "A Secretaria de Desenvolvimento se responsabilizará para o encaminhamento das crianças aos projetos do Pró-Criança. Já nos organizamos, e cada uma irá ao projeto mais próximo. Também entramos em contato com a secretária de educação, e ela já conseguiu vagas em escolas municipais para cada uma e inseri-las nas escolas. Elas não ficarão desamparadas", prometeu.

O Pró-Criança atende crianças e adolescentes, com idades entre 6 a 15 anos, de modo a garantir aquisições progressivas aos seus usuários, ampliar trocas culturais e de vivências, a fim de complementar o trabalho social com as famílias e prevenir situações de risco. Os horários de funcionamentos são de 7h30 às 16h30, de segunda a sexta-feira. As crianças recebem acompanhamento social, psicológico e suporte pedagógico, sob a supervisão de uma equipe formada por coordenadora, técnicos, monitores, estagiários e auxiliares de serviços gerais. Neste período, são oferecidos para as crianças e adolescentes: alimentação, oficinas de convivência, trabalhos artísticos, aulas de dança, grupos de música, capoeira, projetos de prevenções, recreações, dentre diversas outras atividades.

A diretora Celeste Dutra agradece a todos que de alguma maneira já ajudaram a Casa da Menina. "A direção agradece a todos da sociedade muriaeense pela solidariedade, que fez esta casa completar 50 anos, deixamos nosso agradecimento por tudo que fizerem principalmente de 2011 a 2013, que não passamos falta de nada, tudo que fizeram foram para manter as portas abertas. Obrigada."

 

 

 

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



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