Gazeta de Muriaé
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Em 13/04/2012 às 11h20

Trânsito de Muriaé chega ao limite

A cidade cresceu, mas sua estrutura é praticamente a mesma. Já temos praticamente a média de um veículo automotor para cada 2,5 habitantes. Toda família tem um carro, ou uma moto, sem contar com os veículos da região que precisam visitar Muriaé por motivos diversos. As soluções não são fáceis. Alterar o espaço urbano não é barato, e talvez não solucione o problema de uma só vez.

Um dos sintomas do crescimento e do momento econômico do país pode ser notado pelo número de veículos dentro de uma cidade. Através das décadas, um automóvel deixou de ser simplesmente um artigo de luxo para se tornar quase obrigatório no dia a dia de uma família ou de uma empresa. Os números mostram que em Muriaé e região não é diferente. De 2008 a 2011, a frota de veículos cresceu 28% no município, que não descentralizou o movimento da parte central da cidade, não possui ruas planejadas para esta finalidade, pois datam de épocas quando isso não era necessário, e luta para criar "espaços" dentro de um ambiente urbano que não aponta o movimento de migrar para outras regiões da cidade.

Os números assustam. A cidade possui (medição de veículos em outubro do ano passado) mais de 38 mil veículos automotores, entre automóveis, motocletas, caminhonetes, caminhões, entre outros. Somente carros e motos respondem por mais de 31 mil destes veículos, que rodam cotidianamente pelas ruas, sem contar com os veículos da região, que também vem a Muriaé por diversos motivos.

 De acordo com o diretor do Departamento Municipal de Transporte e Trânsito (Demuttran), Arino Roberto Vasques, esses números aumentam. "Muriaé é uma cidade pólo econômico, cultural e também na área de saúde, por isso ela atrai população num raio de 150km a 200km, principalmente pelos hospitais, referencia da região. Com isso aumenta-se a circulação normal da cidade. Em outubro de 2011, haviam registrados mais de 38 mil veículos. Se observamos a situação do cotidiano, a cada 10 veículos, 3 ou 4 são de fora, então podemos acrescentar 30% a essa frota", comentou o diretor.

Vasques acrescenta que "nossa cidade não foi projetada, as ruas não são dimensionadas então temos dificuldades naturais. Temos que criar espaços para estacionamentos, paradas, carga e descarga, ponto de ônibus, portanto é uma consequência natural do desenvolvimento da cidade. Pra isso são necessárias adaptações para pontos críticos e redução do impacto no trânsito. Alguns projetos existem para adaptação da via, como remodelação de canteiros, o aumento de pista e acrescer pistas de rolamento nas existentes".

 

Horários de pico

 

Já é de praxe que o trânsito no centro da cidade tenha momentos críticos nos períodos do almoço, entre 11h e 12h e na saída de escolas e do horário de trabalho, a partir das 5h da tarde. Para o diretor do Demuttran, "temos os problemas decorrentes da má ocupação de espaço para circulação. Se deve principalmente aos horários de pico e da má utilização das pistas de rolamento, naturalmente que esses pontos e outros da cidade há projeto para instalação semafórica e adaptações que certamente irão resolver esse problema. Percebemos isso na Avenida Constantino Pinto, onde temos duas pistas de rolamento nos dois sentidos. Perdemos a oportunidade ali que o transito flua melhor, porque o motorista insiste em dirigir no centro da pista. Hoje temos retenção, mas tivemos medidas para melhorar." No momento, existem projetos para instalação de pelo menos nove semáforos na cidade, em pontos críticos do trânsito, orçados em aproximadamente R$1,1 milhão. Verba essa a ser buscada em âmbito estadual e federal. Para a solução das ruas, pavimentação e sinalização vertical e horizontal, existe um projeto de adequação das vias urbanas, enviado ao Ministério das Cidades e dos Transportes, num total aproximado de R$5 milhões.

 

Faixas de pedestres elevadas

 

A instalação das novas faixas de travessia, elevadas a altura das calçadas, dividiu a opinião de pedestres e motoristas em Muriaé. Se o trânsito não flui como antes nos trechos com essas faixas, o pedestre teve sua travessia facilitada. O diretor Arino Vasques destaca a importância do pedestre, como agente do trânsito. "Ele é o mais importate e o mais indefeso. Seguido do ciclista, motoclista e do motorista de automóvel. Portanto, para o pedestre, tem que ser dado todas as seguranças e garantias para que tenha um trânsito mais seguro. A faixa elevada para travessia elimina o degrau existente da pista, oferece um nivelamento calçada a calçada, com a extinção do degrau, e facilita para a criança, a gestante, o idoso e o deficiente físico. Para ele, está se buscando facilidade e segurança, e a implantação dessas faixas gerou com certeza uma redução nos acidentes, principalmente atropelamentos. Alguns pontos na cidade onde elas existem hoje, com certeza, conseguimos eliminar 100% dos atropelamentos, como na Avenida JK. Sem existência da travessia, tínhamos acidentes toda semana", explica.

Sobre a repintura de faixas apagadas, o Demuttran faz essa revitalização da pintura da sinalização vertical de maneira rotineira, repondo as placas que são danificadas, ás vezes por vandalismo e fazendo a repintura da sinalização horizontal. O diretor revela houve um período crítico, porque no ultimo trimestre do ano passado ocorreram muitas chuvas, atrapalhando o projeto. Ele destacou que qualquer pessoa pode solicitar, por telefone ou mesmo por escrito, a pintura. Em alguns pontos da cidade existe a previsão de ser instalada uma faixa elevada. O telefone do Demuttran é (32) 3696-3338.

 

Transporte Público

Os problemas também estão atingindo os transportes públicos da cidade. Os ônibus coletivos estão tendo problemas para seguir o horário e levar quem precisa chegar no horário correto, seja no trabalho ou na escola. O diretor do Coletivos Muriaeense, João Baptista Cândido Ribeiro (João Fiscal),  diz que "ultimamente estamos recebendo muitas reclamações devido aos horários, porque o usuário conta com aquele horário de almoço, de trabalho, de escola. Então, diante do fluxo de veículos tão grande em nossa cidade, vem se tornando muito difícil. A reclamação é grande, mas fazemos mudanças, aumentamos o horário. No momento, é difícil fazer cumprir os horários para os passageiros". A frota de 31 ônibus, sendo de 26 fazendo as linhas, roda das 6h da manhã e começam a parar às 11h da noite.

 

Segurança

 

Sobre o bem estar de todos que estão no trânsito, o diretor Arino Vasques ressalta que "O pedestre primeiramente deve ter cuidado para resguardar sua segurança. Ele deve procurar primeiro o lugar que existe faixa exclusiva para o pedestre. Localizando essa faixa, primeiro manifestar a intenção de atravessar para que seja visto pelo motorista fazendo esta manifestação, aguarda o motorista parar. Fazer a travessia em linha reta, na perpendicular, não na diagonal, seguindo o caminho mais curto para a travessia, com o passo na velocidade de sua segurança, não precisa correr, mas com a pressa necessária para liberar o transito. Se ele chegar ao local que tem um semáforo, ele primeiramente tem que esperar o sinal abrir a luz verde para ele, e além disso, esperar o carro parar. Porque o que só garante a segurança é o veículo parado, mesmo assim observar se tem algum motociclista encoberto, que não percebe a travessia".

E completa, dizendo que "da mesma forma ao motorista, ao perceber um pedestre a margem da calçada para atravessar, parar seu veículo e dar preferência. É uma questão de educação e cidadania, além do respeito a norma do trânsito. E se for um local semaforizado, parar antes da faixa de retenção, e dar prioridade ao pedestre para que atravesse com toda segurança".

 

 


Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



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