O papa Bento XVI decretou de 28.06.08 a 29.06.09 o ano dedicado ao apóstolo Paulo. Pela sua importância para o Cristianismo e para nossa cidade, batizada de São Paulo do Muriaé, nada melhor do que conhecermos um pouco esse personagem e seus escritos.

Paulo nasceu em Tarso, na região da Cilícia, Ásia Menor, atual Turquia (At 9,11; 21,39; 22,3; 9,30; 11,25). Cidade bonita e grande; conforme os cálculos tinha mais ou menos 300.000 habitantes. Tarso era um centro de cultura e comércio com um porto muito ativo.

Paulo era judeu da Diáspora (dispersão) e mantinha com Jerusalém uma boa comunicação. Jerusalém era o centro espiritual dos judeus. Por isso, ele foi criado lá (At 22,3; 26,4-5; 23,16). Educado dentro das tradições judaicas (Gl 1,14) na observância da Lei de Deus. Ele tinha dois nomes, um para cada ambiente: Saulo ou Saul, o nome judaico (At 7,58) e Paulo, o nome grego (At 13,9). Ele prefere e assina Paulo. Deus o chama de Saulo (At 9,4) para destacar que ele é judeu.

Paulo recebeu a formação básica em casa com os pais, na sinagoga do bairro e na escola ligada à sinagoga. A formação compreendia: ler e escrever, estudar a Lei de Deus e a história do povo; assimilar as tradições religiosas; aprender as orações, sobretudo os salmos. O método era: pergunta e resposta, repetir e decorar; disciplina e convivência. Além da formação básica em Tarso, Paulo recebeu uma formação superior em Jerusalém aos pés de Gamaliel (At 22,3).

“Desde criança” (2Tm 3,15), os judeus aprendiam a Bíblia. Era, sobretudo a mãe, em casa, quem cuidava de transmiti-la aos filhos (2Tm 1,5; 3,14). Enquanto Paulo estudava em Jerusalém, vivia em Nazaré um outro jovem, chamado Jesus. Era pobre. Não teve condições de estudar em Jerusalém. Para sobreviver trabalhava na roça e na carpintaria. Paulo e Jesus nunca se encontraram em vida (2Cor 5,16).
No entanto, ele será uma peça fundamental na missão de fazer o evangelho de Jesus Cristo conhecido fora do mundo judeu.