Em 25/11/2017 às 17h55
A água voltou a brotar em uma nascente em Muriaé após as intervenções realizadas durante o curso de Recuperação de Nascentes, oferecido pelo Senar Minas em parceria com o Sindicato de Produtores Rurais do município. A vazão passou de zero para quase 15 mil litros de água por dia, um volume considerado alto pelo engenheiro florestal e instrutor da capacitação, Eduardo Elias Silva dos Santos.
A nascente, localizada na Fazendeira Gameleira, pertencente ao presidente do sindicato, Henrique Aquino, abastece a bacia hidrográfica do Rio Muriaé. Após aprender em sala sobre os aspectos hidrológicos, legais e vegetacionais, entre outros, a turma de 11 pessoas, entre produtores rurais e familiares de produtores, iniciou o trabalho em campo.
Na parte prática do curso, o grupo fez o diagnóstico da área onde havia uma fonte de água no passado. "Com a retirada de terra, logo veio a surpresa: debaixo de um local completamente seco, repentinamente começou a marejar água e, logo a seguir, começamos a ver os olhos d'água. Todos os procedimentos necessários para a recuperação e proteção da nascente foram realizados. e o trabalho foi concluído com uma vazão final de 14.600 litros por dia. Sucesso absoluto da equipe", contou o instrutor.
Entre as ações para a recuperação e proteção de nascentes, Eduardo recomenda reflorestamento para formar áreas com maior capacidade de colaborar na retenção e penetração de água das chuvas, construção de terraços e barraginhas, além do isolamento da área, que deve ter, no mínimo, 50 metros de raio.
"A adoção de práticas sustentáveis tanto pode ajudar no aumento da água no planeta, como também no melhoramento de sua qualidade. Sabemos que, sem água em quantidade e qualidade, todas as atividades agrossilvipastoris estarão comprometidas seriamente", alertou.
Sandra de Souza Peixoto de Paiva e o marido têm um sítio com três minas e ela pretende aplicar o que aprendeu para conservá-las. "Elas estão praticamente secas. Vamos mexer nos locais para cuidar delas. Hoje todo mundo que tem propriedade com nascentes fica preocupado", disse.
Para Nélito Augusto de Oliveira, o fato de o curso ter trabalho em campo é fundamental. "O tempo de prática é grande. Isso é uma forma muito boa de gravar e memorizar e nos deixa confortáveis com relação ao conhecimento adquirido", contou.
Este foi o segundo curso de Adilson José Donato pelo Senar. Com o aprendizado, ele poderá ajudar o pai dele, que tem uma propriedade com nascentes. "Vai ser muito proveitoso. Quero levar esse conhecimento para as pessoas da região onde moro porque eu imagino que, ao ajudá-los a preservar alguma nascente, eles terão condições de fazer o mesmo", afirmou.
O trabalho de mobilização da turma foi de responsabilidade de Camilla Resende.