A Polícia Federal (PF) cumpriu  a segunda fase da Operação Glasnost, que investiga exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet, na terça-feira (25) em 14 estados.

Na Zona da Mata, foram cumpridos mandados de busca em apreensão em Leopoldina e Faria Lemos.

Segundo a PF, a investigação teve como base o monitoramento de um site russo usado como uma espécie de "ponto de encontro" de pedófilos de todo o mundo.

Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos. As imagens eram enviadas para contatos no Brasil e no exterior.

As ordens judiciais foram cumpridas, ao todo, em 71 cidades no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

Na Zona da Mata, a PF investiga dois jovens, de 20 e 21 anos. Em Faria Lemos, foram apreendidos dois computadores e diversas mídias. Já em Leopoldina, um celular que também poderia ser usado pra armazenamento e transmissão desses conteúdos foi encontrado.

"Nós utilizamos aplicativos e ferramentas para leitura, ali no local mesmo, para identificar dados e informações pornográficas que nos interessam a prova. Nesse momento do cumprimento, não foi possível atingir atingir esses documentos digitais que pudessem sustentar uma prisão em flagrante", explicou o delegado da PF, Ronaldo Campos.

Os policaiis chegaram aos suspeitos pelo rastreamento de fluxos de dados relacionados à pornografia infantil. Todo material aprendido foi encaminhado à perícia de informática, em Juiz de Fora. A análise, que deve ser concluída em até 15 dias, vai constatar se houve ou não crime de pedofilia.

A PF disse ainda que as investigações resultaram na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como de diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, tendo sido identificadas, ainda, diversas crianças vítimas de abuso.

Primeira fase

A primeira fase da operação foi deflagrada em novembro de 2013. À época, foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil.

Também foram identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

O nome da operação é uma referência ao termo russo que significa transparência. "A palavra foi escolhida porque a maior parte dos investigados utilizava servidores russos para a divulgação de imagens de menores na internet e para realizar contatos com outros pedófilos ao redor do mundo", explicou a PF.

Ao todo, 350 policiais participam da ação em todo o Brasil.