Gazeta de Muriaé
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Em 06/06/2008 às 15h30

A simplicidade na comunicação

A história da comunicação remonta aos nossos mais primitivos ancestrais, aqueles que, para expressarem suas idéias e pensamentos, valiam-se de gestos e grunhidos – que acabaram evoluindo para a fala. Depois veio a necessidade de registrar a existência, de gravá-la para a posterioridade e, daí, surgiram os hieróglifos e, futuramente, a escrita.
Após milhares de salto no mundo da comunicação, chegamos à era da informática, quando tudo parece mais rápido e com maiores possibilidades. Contudo, muitas vezes, a aceleração do mundo moderno e a disposição de tantas ferramentas tendem a nos deixar um pouco confusos e a mensagem falha. Qual seria o ruído? Ou, mais especificamente, qual o problema? Uma forma exagerada de comunicar?
Procurando discutir essas e outras questões, a Faminas promoveu, entre os dias 03 e 06 de junho, o “I Congresso Mineiro de Comunicação”, reunindo profissionais gabaritados, como a professora da PUC, Marilene Lopes, ex-diretora de Comunicação Corporativa da Cola-Cola e da Xerox do Brasil; o professor da Universidade de Viçosa, Joaquim Lannes, que também já lecionou nos Estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul; e o publicitário Jomar Pereira, graduado em Marketing pela New York University e responsável, durante seis anos, por uma coluna no “O Globo”.
Com o tema “Simplesmente: A Simplicidade na Comunicação”, o Congresso ofereceu aos alunos de Jornalismo, Publicidade & Propaganda, e ao público de diversas áreas, oficinas, apresentações culturais, palestras e muitos esclarecimentos sobre a realidade do mundo da informação, do marketing e da propaganda: “Nós procuramos aliar ao máximo a teoria à pratica, mas é muito interessante perceber que, o que você leu em sala de aula pode acontecer de verdade. Eu tive a sorte de contar com uma equipe que trabalha mesmo e, por isso, não tive tanto trabalho. Foi muito gratificante, enquanto professora, ver o interesse dos alunos, passar as tarefas para eles e verem que foram cumpridas”, ressaltou a professora de Organização de Eventos, Alessandra Soares.
Em relação à escolha do tema para o Congresso, no qual também esteve inserida a “VII Semana Acadêmica de Comunicação Social”, Alessandra comentou: “Foi uma escolha que partiu de dentro da sala de aula. Nós acreditamos que tanto o jornalista quanto o publicitário podem passar sua idéias de forma simples, isto é, não é necessária uma grande criação para que uma mensagem seja transmitida. Nós, professores, estamos preocupados com a formação total do indivíduo para que o profissional pense em si mesmo como um todo, não só voltado para a capacitação técnica, mas que se transforme em um ser humano que produza”.
Para o professor e coordenador técnico de Cultura da Faminas, Helder Silveira, a comunicação não tem nada de complicado e desempenha, inclusive, um importante papel no crescimento da humanidade: “O tema deste Congresso foi muito feliz, pois a comunicação é muito mais simples do que a gente pensa. Nós é que a complicamos, e isso foi muito debatido aqui, a questão do ruído, da dificuldade que o ser humano tem de chegar até o outro. A comunicação é cultura, e se não for ela, viveremos em barbárie. Por isso, hoje, ao menos uma parcela da população tenta investir em cultura e, através da comunicação, promover um mundo melhor”.
Em sua palestra “Entendendo os Limites humanos”, a mineira Marilene Lopes, profissional premiadíssima da imprensa nacional, relacionou a paixão pelo trabalho com as necessidades de afeto e de convivência dos seres humanos: “Fico muito feliz em poder compartilhar minha vida profissional e também pessoal, principalmente quanto á épocas mais recentes, quando passei de uma carreira de sucesso ascendente, dentro de uma área executiva, para uma pessoa que perdeu a capacidade de falar e escrever por conta de um Acidente Vascular Cerebral. Meu objetivo é ajudar as pessoas para que elas compreendam seus próprios limites e não passem pelo que passei. É importante, sim, colocar adrenalina naquilo em que se trabalha, mas a pessoa não pode se esquecer de sua parte afetiva – a família e dos relacionamentos sociais – os amigos”.
Ela falou, ainda, sobre a importância na ética em dias de comunicação acelerada, quando, através da televisão e da internet, o ser humano pode ter acesso a tudo: “Qualquer coisa que você escolher, procure fazer um itinerário do dia e apontar o que isso acrescentou em sua vida – profissional e pessoal. É fundamental viver tendo a ética como mote, pois é isso que nos faz verdadeiros cidadãos, capazes de melhorar vidas futuras, já que tudo vem da educação. Infelizmente, não é isso o que vemos hoje, como podemos acompanhar nas questões políticas, com as pessoas olhando apenas para o próprio umbigo, esquecendo que esse país só vai funcionar se for com ética”, concluiu.

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



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