Em 28/03/2017 às 15h48
No fim daquele ano, o país dispunha de 48,3 mil deles para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Em novembro do ano passado (último dado disponível), no entanto, o número baixou para 38,2 mil - uma queda de aproximadamente cinco leitos por dia. A análise é da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que também identificou que 40% dos municípios brasileiros não possuem nenhum leito de internação na especialidade.
As informações apuradas junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde, preocupam os especialistas, mas não surpreendem quem cotidianamente sente na pele os dilemas das limitações do SUS. "A redução do número de leitos tem um impacto direto no atendimento, provocando atrasos no diagnóstico e no início do tratamento de uma população que vem aumentando bastante", critica a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Luciana Rodrigues Silva.
De acordo com ela, as doenças que prevalecem em crianças são sazonais e nos primeiros semestres de cada ano, geralmente, acentuam-se as viroses gastrointestinais. Estas, em muitos casos, demandam internações. Além disso, a presidente destaca que casos mais sérios de dengue, que afetam crianças e adolescentes, bem como o aumento na recorrência dos casos de alergias, infecções respiratórias e pneumonia também contribuem para o crescimento da demanda por internações.
No estado de Minas GErais foram desativados 1037 leitos pediátricos no períoro, somente na capital, Belo Horizonte foram fechados 82 leitos, sendo a grande maioria nas cidades do interior do estado.
Das 5.570 cidades do Brasil, 2.169 não possuem nenhum leito. Entre as que possuem pelo menos uma unidade de terapia intensiva infantil, um terço tem menos de cinco leitos em todo o território municipal e 66 deles contam com apenas um leito. A título de dimensionamento, vale citar que só a cidade de São Paulo (SP) tem leitos em quantidade equivalente a oferecida atualmente em mais de 780 municípios de pequeno porte.