Em 02/03/2017 às 13h14
Atualmente, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) tem 214 agroindústrias familiares cadastradas. "Quase todas as agroindústrias têm uma mulher envolvida. Se não é ela quem coloca a mão na massa, está envolvida como gestora", explica o fiscal agropecuário do IMA, Andre Almeida Santos Duch.
Uma das produtoras rurais que conta com o apoio do Governo de Minas Gerais, por meio do IMA, é Denize Azevedo Viana. Em sua pequena propriedade na cidade de Vespasiano, ela e seu marido, Paulo Roberto Resende Viana, produzem queijo Minas Frescal. "Eles inspecionam, veem o que precisa de fazer. O IMA está sempre presente. Tem um funcionário da agricultura familiar designado justamente para isso mesmo", conta Denize.
Enquanto Paulo
ordenha as vacas e recolhe todo o leito, Denize é a responsável pela produção
do queijo. "Muitas vezes quem tem os dados de produção e o controle dos
produtos vendidos é a mulher. A maioria dos empreendimentos, quase todos têm a
figura da mulher direta ou indiretamente, seja na produção ou na gestão",
salienta Andre Duch.
Atualmente, a
produção é de cerca de 100 queijos por dia - cada um pesa em média 500g. Depois
de embalado, o queijo é enviado para as cidades de Lagoa Santa e Belo
Horizonte, onde é vendido por R$ 30, em média. Parte da produção também é
enviada para o Aeroporto Internacional de Confins, onde cada unidade é
comercializada por R$ 59.
A trajetória de vida de 12 mulheres mineiras vai ser publicada em formato de um livro com um encarte contendo um vídeo e um conjunto de materiais didático-pedagógicos para a educação, com o intuito de dar visibilidade às mulheres pelo viés do trabalho.
"Estamos trabalhando na análise do material e escrita. O material audiovisual foi devidamente registrado pela Rede Minas, em seis das localidades. Os programas devem ir ao ar a partir de março e vão vir encartados no livro futuramente", explica Marina Alves Amorim.
De acordo com a pesquisadora, o estudo vai permitir que o Estado crie políticas públicas mais efetivas para as mulheres do campo. "A pesquisa vai fazer uma análise fina. Vai mostrar quais políticas públicas funcionam ou não, o que chega até essas mulheres. Com base nisso o Estado poderá criar novas ações que sejam mais efetivas", acredita