Em 23/02/2017 às 13h29
Brasília (02/02/2017 - Atualizado em 22/02/2017) - O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) determinou neste sábado (18) a manutenção do fechamento temporário do Parque Nacional do Caparaó, na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
A decisão do ICMBio está alinhada com recomendações das secretarias estaduais de Saúde de Minas Gerais e do Espírito Santo, das prefeituras locais e da Vigilância Sanitária. O objetivo é evitar que o surto de febre amarela, que se concentra em cidades do leste de Minas e municípios fronteiriços capixabas, se alastre para outras regiões. Nota dos especialistas Representantes da comunidade científica brasileira, ligados à área da conservação dos primatas, expediram nesta quarta-feira (15) nota à imprensa, em anexo, alertando para um desastre ambiental "gravíssimo" que ocorre neste momento: a mortandade sem precedentes na história do país de macacos da Mata Atlântica em função do vírus da febre amarela. Na nota, os especialistas mostram-se preocupados, não só com a dimensão das mortes de animais, mas, também, com a disseminação de "informações equivocadas", que dão a entender que os macacos são responsáveis pela "existência do vírus" e "por sua transmissão aos humanos". Isso não procede, fazem questão de destacar os estudiosos, que pedem na nota o apoio da imprensa nacional (jornais, rádios, TVs e sites na internet) para a divulgação das informações corretas. Segundo eles, os macacos, assim como os humanos, não transmitem o vírus. Pelo contrário, são vítimas da doença. Ao serem contaminados, os primatas cumprem a função de "sentinela", ou seja, alertam para o surgimento da doença. Por isso, em vez de molestados, devem ser preservados. As "informações equivocadas", ressaltam os pesquisadores, já estão levando pessoas, principalmente nas áreas rurais onde ocorre o surto, a maltratarem ou, até, matarem macacos para, supostamente, se proteger da febre amarela, como ocorreu entre 2008 e 2009 no Rio Grande do Sul. "Isso não pode se repetir", diz a nota. O documento é subscrito por primatólogos, zoólogos, ecólogos, veterinários, epidemiologistas e gestores públicos, membros de conceituadas universidades, sociedades científicas, centros de pesquisa e instituições voltadas para a conservação dos primatas. |