Na última terça-feira, 12 de março, foi comemorado o Dia do Bibliotecário, data que deve lembrada, pelo menos, por todo pesquisador que já enfrentou a aflição de buscar informações no rico universo bibliográfico e documental brasileiro, sem guias ou indicadores, e conseguiu encontrar, através do Bibliotecário, o caminho correto.

  Num país como o nosso, onde as disparidades sociais transformam o livro em privilégio, o Bibliotecário tem a mportância de um agente cultural e função pedagógica inquestionável.

  O artigo 3º do Código de Ética Profissional determina a preservacão “do cunho liberal e humanista da profissão, fundamentada na liberdade da investigação científica e na dignidade da pessoa humana”.

  Tal obrigação, que deve ser cumprida como missão, contribui para uma sociedade mais justa, apesar de todas as limitações que impuseram, ao longo de anos, a desvalorização profissional: baixos salários, atividades estressantes e falta de investimentos em treinamento e de reconhecimento, pelo mercado, de suas competências.

  Com o intuito de valorizar essa classe e promover a leitura, o Dia do Bibliotecário foi comemorado em Muriaé, através de uma movimentação em incentivo à leitura. O evento, realizado pela Fundarte, na Praça Cel. Pacheco de Medeiros, contou com a organização da coordenadora da Biblioteca Municipal Vivaldi Wenceslau Moreira de Muriaé, Marly Fernandes Costa e demais funcionários, e com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que forneceu um pula-pula para o lazer das crianças.

  A iniciativa transformou a Pracinha da Prefeitura em uma grande sala de leitura a céu aberto, o que atraiu a presença de muitos aficcionados por livros e dos alunos das redes estadual e municipal, com destaque para a Escola Municipal Silveira Brum. “Estamos comemorando este dia para levar a Biblioteca até o aluno e à população como um todo. Nosso objetivo é despertar o prazer da leitura no povo de Muriaé, em especial nas crianças e escolas, que são nosso público-alvo, já que nosso maior objetivo é formar grandes leitores”, justificou a coordenadora da Biblioteca Pública, Marly Fernandes.

  Marly, que também é professora de Literatura e Português, aproveitou a ocasião para comentar sobre como anda, de fato, a leitura entre os estudantes: “Tenho observado que os alunos vão à Biblioteca apenas para fazer pesquisa de Ciências, Matemática, Geografia e História e dão pouca importância à literatura. Mas é importante lembrar que é através da literatura que os alunos são despertados para outras matérias, pois quem lê tem condições de se desenvolver melhor em outras matérias. Meu objetivo na Biblioteca é esse - despertar leitores. Eu gostaria que outras pessoas também viesse até a nossa Biblioteca, não apenas hoje, no Dia do Bibliotecário, mas durante todo o ano".

  Ainda segundo a coordenadora, o aluno que se dedica à leitura irá apresentar poucas dificuldades ao longo da vida escolar, mas este prazer precisa ser despertado logo, ainda na fase infatil: "O professor tem que despertar esse gosto pela leitura logo cedo, ainda no pré. Eu já tive a oportunidade de trabalhar com o pré-primário e também de 5ª a 8ª série e, como professora de Português e Literatura, pude observar que, quando a gente prepara o aluno ainda no pré-escolar, ele chega à 5ª e 8ª destacando-se como melhores alunos. Quando você forma um bom leitor, ele se torna capaz de criticar uma política, a sociedade, enfim, tudo à sua volta, buscando uma melhoria do mundo e de si mesmo".

  Para que esta meta de formar novos leitores seja atingida, a coordenadora conta que a Biblioteca Municipal Vivaldi Wenceslau Moreira  mantém alguns projetos: "Nós tivemos um, por exemplo, de visitar as escolas contando histórias e, com isso, ganhamos vários leitores. Eles já fizeram ficha na Biblioteca e sempre vão lá buscar livros emprestados. E hoje também nós vemos que essa meninada que está aqui nos prestigiando já está ansiosa por fazer as fichas e começar a pegar livros. Nestas iniciativas e projetos, sempre contamos com o apoio da Fundarte, que nos apoia em todos os trabalhos que desenvolvemos, através da superintendente Gilca Napier, uma pessoa boníssima, sempre aberta a inovações. Hoje, em especial, queremos agradecer a ela e à Fundarte pelo apoio que nos permite realizar esses eventos".