O goleiro Guilherme Alvim Marinato, de 30 anos, é
um nome pouco conhecido pelo torcedor brasileiro. Apesar do
"anonimato" em seu país de origem, o jogador vem quebrando tabu em
terras distantes, ao ser o primeiro estrangeiro da história do futebol a conseguir
atuar pela Seleção Russa.
Natural de Cataguases, na Zona da Mata de Minas Gerais, o atleta foi revelado
pelo PSTC, do Paraná, e despontou no Atlético Paranaense, onde atuou entre 2003
e 2007. Há nove temporadas no Lokomotiv Moscou, ele não pensa em voltar para o
Brasil tão cedo.
A Rússia vai sediar a Copa do Mundo em 2018 e, claro, fica a expectativa por
uma convocação do brasileiro. O sonho de vestir a camisa titular da seleção
anfitriã é inevitável, mas os "pés no chão" controlam a ansiedade de
Guilherme: "É uma barreira que está sendo quebrada. Nunca nenhum jogador
estrangeiro na história do futebol russo jogou pela seleção. É preciso ir com
calma, e esperar o tempo certo", diz o goleiro. A sua estréia com a camisa
da Rússia aconteceu em março deste ano, em um amistoso disputado em Moscou
contra a Lituânia.
TrajetóriaAos 13 anos, Guilherme foi tentar a sorte no futebol paranaense, pelo PSTC.
Depois se transferiu para o Atlético-PR, ainda pela equipe de juniores, onde
atuou por três anos. Em 2007, estreou pelo profissional. Os 26 jogos defendendo
o Furacão foram suficientes para despertar o interesse dos europeus.Com proposta financeira irrecusável, o mineirinho decidiu encarar o frio russo.
Há oito anos no país, ele ainda sofre com as temperaturas abaixo de zero.
"É o que menos gosto. É sempre difícil acostumar com o frio", comenta
o atleta.
Retorno ao BrasilEstabelecido com a família e bem adaptado à cultura russa, Guilherme não tem
pressa em voltar para o Brasil. "Pretendo jogar mais uns cinco anos na
Rússia", planeja o jogador. Com a nacionalidade russa e a esperança de
defender a seleção anfitriã na Copa do Mundo de 2018, o retorno ao país de
origem deve mesmo ficar em segundo plano.
Vai ter CopaComo bom conhecedor do país sede da próxima Copa, o goleiro é categórico:
"Sem dúvida, a Rússia estará pronta". Segundo o atleta, o frio também
não vai ser problema, já que o evento acontecerá no verão russo. "É
quente, igual aos outros países", afirma o brasileiro.