Gazeta de Muriaé
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Em 07/03/2008 às 07h35

As mulheres e a polêmica das células-tronco

 Em 2007 fez-se uma pesquisa onde várias mulheres puderam manifestar opinião sobre a violência e pode-se comprovar que todas acreditavam que somente o investimento numa educação de qualidade, poderia minimizar essa situação.

 Hoje, voltamos a recorrer as mulheres sobre a polêmica do uso das Células- tronco embrionárias, que pousam as melhores esperanças da ciência de produzir a solução para doenças degenerativas graves. Apesar de animadoras, as pesquisas ainda estão no começo, mas já fazem parte dos sonhos de milhões de pessoas doentes em todo mundo.

  Entretanto, a Igreja Católica se opõe ao desenvolvimento dessas pesquisas, argumentando que os embriões já são vida e seus empregos nas pesquisas teriam o efeito de eliminá-las como simples matéria- prima  em processo industrial.Temem ainda os religiosos que a liberação do emprego desses embriões na eventual cura das doenças e recuperação de tecidos do corpo humano acabe ensejando o aparecimento de um comércio do que consideram vida.

  Foi atendendo essa argumentação que o procurador geral da República Cláudio  Fonteles, entrou com ação de inconstitucionalidade contra esse aspecto da Lei de Biossegurança. Segundo o STF, o objetivo é apenas seguir a Constituição do pais e, neste sentido, a religiosidade do povo brasileiro e a  Igreja Católica apesar de serem respeitadas, não podem pautar o juízo da legalidade em questão.

  A liberação do uso de embriões, nos termos da lei,foi decisão do Estado laico que não pode se pautar por credos religiosos. Como já decidiu o Congresso Nacional, as pessoas devem continuar. E nossas mulheres muriaeenses precisam se manifestar. Afinal são as MULHERES  as gestoras desses embriões e também merecem ser ouvidas.

Patrícia Lauria, 37 anos, contadora

“Eu sou totalmente a favor dos testes com início imediato. Pelo que se ouve falar, há uma resposta rápida e eficaz a várias doenças. É um procedimento que não só tende a salvar vidas, como também a melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas, que quase ‘vegetam’. Também não concordo com a posição da Igreja, tanto quanto a sua visão do feto, quanto à preocupação com comercialização das células. É uma questão de esclarecimento e profissionalismo ético!”


Flora de Oliveira, 25 anos, supervisora de programação

“Sou sempre a favor da ciência e do desenvolvimento e, portanto, também a favor da pesquisa utilizando células-tronco embrionárias, já que estas são apenas células que seriam descartadas caso não fossem utilizadas. Acredito que seja melhor, então, usá-las para devolver a esperança a muitas pessoas com doenças que, infelizmente, ainda são incuráveis nos dias de hoje”.

Lydiane M. Carvalho, 21 anos, auxiliar de escritório

“Sou contra, não devemos tentar colocar limites à ciência não, mas devemos temer que a ciência não tenha limites para tentar realizar seus feitos, sem reconhecer princípios éticos e religiosos, colocando em risco a vida humana. Tenho certeza que muitas pessoas, ao saber como foi realizado esse processo, não vão querer sacrificar uma vida inocente em prol da sua”.

Samira Ribeiro, 44 anos, vendedora

  Considero de suma importância estas pesquisas. Sou mãe de uma linda menina de 5 anos acredito que basta que nos colocarmos no lugar das mães cujos filhos têm problemas graves de saúde e precisam que esta pesquisa seja feita o mais rápido possível. Com esses avanços, é possível que muitas crianças (e também adultos) voltem a ter uma vida normal; é um sonho que, mesmo não sendo o meu caso, me emociona muito. Fico indignada com a posição de certos segmentos da sociedade que são contra as pesquisas, alegando que os embriões a serem utilizados têm vida... E as pessoas que precisam? Espero que a situação não demore muito para ser resolvida, pois, para quem precisa, o tempo voa!

Autor: Andréa Oliveira

Fonte: Gazeta de Muriaé



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