Em 29/02/2008 às 07h40
Constituída por pequenos agricultores, que moram, vivem e dependem do cultivo consciente da terra, a região de Belisário tem se destacado por seus atrativos turísticos, que compõem um cenário de grande riqueza ecológica e diversidade de flora e fauna.
Entre as belezas do distrito, além das suntuosas cachoeiras, encontra-se o Parque Municipal do Pico do Itajuru, parte do Circuito da Serra do Brigadeiro, lugar ideal para a prática de caminhadas e para o turismo de aventura. Com seus mais de 850m de altitude e clima ameno, o Pico é considerado uma das relíquias da Mata Atlântica, impondo-se como ponto turístico para o distrito de Belisário e atraindo, por ano, milhares de visitantes, o que contribui direta e indiretamente para o desenvolvimento da região.
Ciente de tratar-se de um local de grande potencial para o ecoturismo, é que a Prefeitura de Muriaé, através da ecretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, tem investido naquela região, como por exemplo, através da criação do Centro Multi-uso de Pedra Alta. Outro passo importante é a realização de cursos de turismo, voltados para os agricultores da região, para que estes possam se tornar profundos conhecedores e também transmissores das riquezas do terreno que habitam e do qual dependem para viver.
Assim, na sexta-feira, 22 de fevereiro, foi concluído o “II Curso de Ecoturismo - A arte de conduzir em trilhas e roteiros”, uma parceria da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, do SENAR e do Sindicato Rural de Muriaé. “Nosso objetivo foi oferecer um treinamento e capacitação para que os guias possam conduzir os turistas que tenham interesse em conhecer a paisagem do Pico Itajuru e da região de Belisário”, explicou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Francisco Ofeni Silva.
Ele também esclareceu o motivo de, embora o Centro Multi-uso de Pedra Alta ainda não ter sido inaugurado oficialmente, já ter servido de sede para o curso: “Entendemos que esse Centro já pode atuar como base para o desenvolvimento do turismo daquela região. Isso significa geração de trabalho, renda, emprego e lazer. O Centro foi construído com recurso de parte do Programa Nacional de Território, o PRONAT, e com parte do recurso da Prefeitura. O prefeito José Braz teve essa visão e interesse e deu todo apoio para que Centro fosse construído na comunidade da Pedra Alta, no distrito de Belisário.
Com carga de 40 horas teóricas e 16 horas de prática – subindo o Pico do Itajuru por duas vezes -, os alunos tiveram acesso a alguns princípios básicos de como conduzir, com segurança e agilidade, os turistas naquela região, além de aprenderem a montar uma programação de atividades turísticas, que possam demonstrar a realidade da rotina do meio rural. Também passaram a conhecer mais profundamente alguns dados sobre a flora e a fauna, como conta o instrutor de turismo rural do SENAR, Werter Valentim de Moraes: “Na segunda vez que fomos ao Pico, os alunos já tiveram sua experiência de guia. O Itajuru é o paraíso mais próximo da região e para o turista conhecê-lo, é preciso estar munido de algumas características, entre elas, contar com a presença de alguém da comunidade, capaz de mostrar toda essa beleza”.
Para o instrutor, a atuação do guia pode tornar o passeio, não só mais seguro, como mais informativo e aprazível e este é um dos grandes objetivos do curso: “O turista pode vir, será muito bem recebido, terá paz e segurança no trajeto, desde que acompanhe e siga a rotina dessa comunidade. Os cursos têm sido bem aceitos por isso, pois a comunidade pode, a partir deles, ficar preparada para atender ao turista e oferecer a ele uma viagem enriquecedora”.
Aluno do “II Curso de Ecoturismo - A arte de conduzir em trilhas e roteiros”, o morador da Fazenda Pedra Alta, Rogério de Oliveira, contou um pouco do que aprendeu sobre como receber seus “convidados” turistas: “Antes, eu achava que as pessoas que vinham para cá e ficavam em nossa casa queriam comer o que sempre comem onde vivem, isto é, carne, macarronada, maionese. Com o curso eu vi que não, que eles vêm para cá para comer o que nós comemos – taioba, legumes, coisas que também plantamos. Aprendi a receber os turistas, a tentar agradá-los, pois são de grande importante para nós, e queremos que continuem voltando, mas que também saibam dar valor à natureza, pois devemos ajudar a protegê-la. Agradeço por essa oportunidade e que Deus abençoe, para que possamos colocar em prática, daqui para frente, tudo o que aprendemos”.
Participaram do curso: Jose Alvaro Percínio da Silva, Isalino Nicomedes da Silva, Silvan Vital de Freitas, Vicente Cecílio de Souza, Fernando Modesto da Silva, Lourival Cecílio de Souza, Fabrício Moisés, Ivo Gonçalves dos Santos, Rogério de Oliveira, Ailton Quirinto de Laia, Romário Jocelino dos Santos e José Osvaldo da Silva Filho.