Em 14/03/2016 às 09h33
Um grupo de amigos de Ervália se reuniu para levar
à Câmara Municipal um projeto popular pedindo a redução dos salários dos
agentes políticos da cidade. Entre as reinvindicações, está a de redução de 65%
nos vencimentos dos vereadores, para que eles passem a receber R$ 1 a menos do
que os professores em jornada de 40 horas semanais.
A iniciativa não é nova e já ocorreu em outras
cidades, como em Oliveira, no Centro-Oeste de Minas, onde a população conseguiu
levar para votação um projeto de redução do vencimento dos vereadores para um
salário mínimo e se tornou referência do movimento de Ervália.
Para apresentar a ideia aos vereadores, os
idealizadores precisam do apoio de, pelo menos, 5% do eleitorado da cidade, o
que corresponde a cerca de 800 eleitores. Para motivar a população, eles estão
realizando uma campanha com faixas em pontos estratégicos, camisas e adesivos
para carros. Nos próximos dias, também pretendem iniciar uma panfletagem.
Um dos integrantes do Movimento Ervalense Presente,
Marcos Kamilo Castro, explicou como pretendem alcançar a meta. "No
momento, o que queremos é a redução para vereador. Hoje o salário está em torno
de R$ 6.200 e queremos passar para R$ 2.134. É um valor pelo simbolismo, já que
R$ 2.135 é o teto nacional de um professor em 40 horas", explicou.
Segundo ele, a cidade é politicamente dividida há
anos e esse cenário os mobilizou a criar o grupo de discussões independente.
"Há dois partidos políticos e tudo sempre gira em torno deles. Só que a
população também fica dividida nisso. Então, o movimento tem simpatizantes dos
dois partidos, mas não queremos que seja vinculado a nenhum deles nem que seja
uma terceira opção", afirmou.
Presidente da Câmara apóia redução
O presidente da Câmara Municipal de Ervália, Elder
Mattos (PSDB), contou ao G1 que conhece e apóia o movimento e que, inclusive,
já se encontrou com um dos organizadores e demonstrou vontade de ajudar.
"Chamei um organizador, que é meu amigo, e disse que a Câmara está à
disposição para qualquer tipo de discussão. Ele preferiu juntar as assinaturas
antes, talvez para não perder a característica popular do movimento. Acho que a
estratégia deles está certa", comentou.
Mattos também confirmou que os parlamentares
recebem R$ 6.238,12 mensalmente e disse que apóia a redução proposta pelos
integrantes do movimento. "Pelo que eu noto, alguns vereadores estão a
favor, outros contra. Na Câmara é dividido, mas sou favorável e acho que eles
conseguem essas 800 assinaturas em menos de uma semana", concluiu.
Grupo coleta assinaturas
A campanha começou no dia 13 de fevereiro, com a
criação de uma página. Atualmente, o grupo tem 15 colaboradores e as
assinaturas começaram a ser colhidas nesta semana em diversos pontos da cidade,
inclusive na área rural. Como não há patrocinadores, quem quiser ajudar, pode
adquirir camisas (fotos) para ajudar a custear a campanha.
O Projeto de Lei de iniciativa popular está
disponível para download e as dúvidas podem ser sanadas pelo e-mail: ervalensepresente@gmail.com.