Gazeta de Muriaé
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Em 06/10/2015 às 10h03

Bancos de Muriaé aderem a greve nacional

As agências bancárias de Muriaé amanheceram em greve nesta terça-feira (06), em todas estava o cartaz "Estamos em Greve".
Em alguns bancos, havia uma grande movimentação de clientes, mas os atendimentos só estão sendo feitos nos caixas eletrônicos, apenas saques, depósitos, pagamentos de boletos, via terminal, entre outros serviços que os mesmos prestam a população.
O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Muriaé e Região decidiram pela paralisação depois de 45 dias de negociações entre representantes dos trabalhadores e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e membro do comando de greve, Elias Jordão, a proposta feita pelos bancos não atendeu nem a metade das reivindicações. Os funcionários pediram um reajuste de 16%, sendo 10,3% de recomposição da inflação do período mais 5,7% de aumento real. O que foi oferecido pelos bancos foi 5,5%.A principal reivindicação da categoria é um reajuste salarial de 16% com piso de R$ 3.299,66. Na última sexta-feira (25), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta de reajuste salarial de 5,5%, com piso de R$ 1.321,26 a R$ 2.560,23.

Nota do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Muriaé e Região:

Após péssima proposta apresentada pelo setor que mais enche os cofres no Brasil, categoria mais uma vez vai à luta pela valorização que merece
Os bancários entram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira 6 após rechaçarem com veemência, em assembléias por todo o Brasil, a proposta apresentada pela federação dos bancos (Fenaban) para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Nas mesas específicas com Banco do Brasil e Caixa Federal, nem proposta foi apresentada para renovação dos respectivos acordos aditivos.

Tempo e diálogo não faltaram para os banqueiros resolverem o processo nas mesas de negociações. As três pautas, democraticamente construídas com a participação de trabalhadores de todo o país, foram entregues em 11 de agosto e, de lá para cá, foram seis rodadas de debates só com a Fenaban. Houve negociações com a direção do Banco do Brasil e com a diretoria da Caixa. A data base dos três acordos é 1º de setembro.

Foram mostrados para eles com vários dados que é possível, e necessária, a valorização da categoria, na última reunião vieram com a pior proposta dos últimos anos que traz perdas enormes para a renda dos trabalhadores e não contempla outras prioridades, como garantia de emprego, combate ao assédio moral e metas abusivas, igualdade de oportunidades para todos, dentre outros pontos da pauta.

Os bancos ofereceram reajuste de 5,5% nos salários e verbas, ante a inflação de 9,88% no período, o que geraria perda de 4% nos salários, anulando os ganhos reais conquistados, com muita luta, nos dois últimos anos. Só em 2013, foi quase um mês de greve. No vale-refeição, o reajuste não pagaria uma coxinha, já que representaria R$ 1,43 ao dia.

O abono de R$ 2,5 mil também foi rechaçado. A categoria entendeu que, além de ser pago só uma vez, o valor não integraria o salário e, conseqüentemente, não se incorporaria ao FGTS, à aposentadoria nem ao 13º, gerando perdas enormes também no longo prazo. Fora que sequer seriam esses R$ 2,5 mil, porque sobre eles incidem imposto de renda e INSS.

Cofres cheios
A intolerância da categoria com a proposta não é à toa, afinal os bancos passaram bem longe da tal crise alardeada. Engordaram seus cofres no primeiro semestre lucrando R$ 36,3 bilhões, 27,3% a mais do que o mesmo período do ano passado (resultado de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander).

De 2013 para cá aumentaram as tarifas 11 vezes mais que a inflação e 9,83 vezes mais do que pagam para os bancários. Só com o que arrecadam com elas, daria para cobrir todas as folhas de pagamento e sobraria muito para contratar mais, necessidade premente da categoria.

E como falar em crise para negar as reivindicações, se o setor paga, em média, quase R$ 420 mil por mês para cada executivo, contra o salário médio de R$ 6,2 mil para os trabalhadores? Justamente eles, os bancários, grandes responsáveis por ir para a linha de frente e gerar tanto resultado.

Aí chega na hora de negociar, eles desrespeitam todas as nossas reivindicações. É uma proposta vergonhosa. A categoria bancária tem de ser respeitada, valorizada, pois são os responsáveis pelos lucros. Vamos fazer uma greve muito forte para mostrar a reprovação dos trabalhadores com a proposta dos bancos.


Confira as principais reivindicações

Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação do período de setembro 2014 a agosto de 2015, mais 5% de aumento real); 
PLR equivalente a três salários mais R$7.246,82;  Piso de R$ 3.299,66 (salário mínimo do Dieese, valor de junho);  Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá de R$788,00 ao mês;  Melhores condições de trabalho;  Fim das metas abusivas e do assédio moral;  Isonomia entre os empregados pré e pós 1998 nos bancos públicos;  Garantia do emprego;  Fim das filas com mais contratações de bancários;  Combate às terceirizações e luta contra a aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal; Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos os bancários;  Igualdade de oportunidades com o fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

 

 

Fonte: Gazeta de Muriaé



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