Gazeta de Muriaé
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Em 15/04/2015 às 11h36

Audiência Pública: sociedade discute ações para melhorar segurança em Muriaé

Incluídos alguns depoimentos

A Câmara Municipal de Muriaé realizou na noite de terça-feira (14) a Audiência Pública da Segurança. O evento começou às 19h30 e a mesa foi formada pelas seguintes autoridades: Presidente da Câmara Municipal Sargento Joel; Comandante do 47º Batalhão da Polícia Militar de Muriaé, Ten. Cel. Nazário; Delegado da 4ª DRPC, Dr. Alessandro Amaro da Matta; Juiz da Vara Criminal da Comarca de Muriaé, Dr. Maurício José Machado Pirozi; Promotora de Justiça, Dra. Jackeline Ferreira Rangel; Promotor de Justiça, Dr. Sílvio José Marques Landin; Deputado Estadual, Dr. Wilson Batista; Ghefe de Gabinete Adellunar Marge; Diretor Geral da Penitenciária Regional de Muriaé, Francisco Alves da Silva Neto.
A Audiência Pública da Segurança durou cerca de quatro horas e proporcionou um bom debate entre as autoridades e a sociedade. Em seus pronunciamentos a promotora de Justiça, Dra. Jackeline defendeu a criação de uma unidade para abrigar menores infratores. O juiz criminal, Dr. Maurício Pirozi destacou também a quantidade de processos acumulados na Comarca de Muriaé, cerca de nove mil, e todos estão de acordo com a criação de mais uma Vara Criminal. O representante do prefeito Aloysio, Adellunar Marge, citou uma possível municipalização do trânsito e criação de uma Guarda Municipal posteriormente, pois há necessidade de recursos para isso aconteça, tal ação ajudaria a aumentar o efetivo da PM, pois os militares seriam liberados de algumas funções.


Principais propostas que permearam as apresentações na Audiência Pública:

- Aumento do efetivo Policial Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal;

- Instalação do Sistema de Vídeo Monitoramento;

- Construção de um Centro de Internação do Menor;

- Instalação da 2ª Vara Criminal na Comarca de Muriaé;

- Criação de um Núcleo Integrado de Inteligência com ações conjuntas entre a PM, PC e P R F;

- Adequar e usar as ferramentas das redes sociais que facilitam a comunicação como o wattsap para melhorar a questão da autoproteção;

- Transferir a Área Integrada de Segurança Pública localizada no Parque de Exposições para um local de maior visibilidade próximo à população;

- Ocupação de espaços públicos para evitar invasão de criminosos, e melhoria na iluminação pública;

- Criação da Guarda Municipal não armada, para assumir as questões do trânsito na cidade.

OBS: a matéria completa com as entrevistas, você confere na edição de sexta-feira (17), do jornal Gazeta de Muriaé
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imageProfessor Adellunar Marge: Em seu discurso disse que a violência é própria do ser humano e o acompanha desde a antiguidade, citando Caim e Abel. Favorável ao aumento do efetivo policial, que apesar do trabalho magnífico seria necessário 400 policiais, sendo que hoje contamos com menos de 100, esta defasagem precisa ser corrigida. Com relação ao Programa de vídeo monitoramento "Segurança com Cidadania", a escolha por este programa foi devido a oportunidade de receber uma verba Federal que para tal, necessitava se apresentar um projeto para que fosse efetivada, este projeto vai agora ser melhorado e discutido junto à Câmara Municipal.  Disse que a Guarda Municipal será "não armada" que é mais fácil de regulamentar e seu objetivo principal será cuidar do trânsito, desonerando assim o trabalho da Polícia Militar.  Quanto à iluminação pública, esta, esbarra no vandalismo que não consegue ser controlado, mas, que repetidamente as lâmpadas quebradas são recolocadas. Concorda que a prevenção deve começar com a criança no berço, porque depois que uma pessoa entra no mundo do crime dificilmente pode ser recuperada. 

 

imageFrancisco Alves da Silva Neto Diretor da Penitenciária Regional de Muriaé: Para ele sistema prisional está em alta com problemas de superlotação inclusive no estado de Minas Gerais. A tendência segue na Penitenciária de Muriaé que tem capacidade para 390 presos e abriga uma população de 768, sendo quase o dobro da capacidade.

O centro prisional não é percebido pela sociedade, ele só aparece quando há motim ou rebelião que graças a Deus nunca houve aqui em Muriaé. Para Francisco a penitenciária tem que trabalhar na recuperação do indivíduo, mas, com uma população destas fica inviável. Conclama os empresários de Muriaé a colaborar com projetos para que os prisioneiros possam trabalhar, existe a criação de oficinas internas para que o prisioneiro se ocupe de alguma atividade produtiva.  Segundo ele, emos hoje 225 presos estudando e 230 trabalhando, assim criamos uma chance de recolocar este indivíduo no convívio social. Disse ainda que  precisamos criar mais uma penitenciária na Zona da Mata para reduzir a superpopulação carcerária nas duas unidades aqui existentes,  uma em Muriaé e outra em Juiz de Fora.

Ao final dos trabalhos os demais vereadores da câmara Municipal se pronunciaram endossando o que já havia sido falado pelas autoridades presentes à Audiência Pública sobre Segurança, demonstrando que as ações propostas merecem seu apoio e deverão ser trabalhadas para que os resultados esperados sejam alcançados o mais rapidamente possível.


image Depoimento emocionante foi quando a sessão estava aberta ao público presente e uma professora mãe de um detento subiu à tribuna e deu um depoimento que retrata um lado diferente da situação, onde ela é vítima de ter perdido seu filho para o tráfico ainda jovem, mesmo tendo investido nele a melhor educação e tudo o que foi possível fazer para que ele tivesse um futuro diferente do que vive hoje. Ela disse que se logo no primeiro delito ele tivesse sido encaminhado para um sistema socioeducativo talvez hoje não estaria aprisionado e acusado de três homicídios que segundo ela nem sabe se ele cometeu de fato ou se está tentando proteger um comparsa.  Diante do depoimento desta mãe dedicada e trabalhadora que hoje sofre a perda do filho para a criminalidade, devemos ter consciência de que a vítima do ato criminoso também está dentro da casa do criminoso, e que a ajuda deve ser pensada na prevenção com assistência familiar logo nos primeiros sinais de desvio e pedido de socorro por mães e pais que temem por um futuro sombrio de seus filhos. 




Fonte: Gazeta de Muriaé



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