Em 26/10/2007 às 07h36
A equipe de Vigilância Epidemiológica e de Controle de Zooneses de Muriaé acaba de lançar o projeto “Adote seu Vizinho”, que tem como proposta a participação popular no combate à dengue, através de um trabalho consciente e atuante. “Este projeto foi idealizado para mobilizar a população como um todo. Iremos oferecer alguns prêmios, o que irá incentivar o envolvimento das pessoas de uma forma mais ampla”, explicou o Supervisor da FUNASA, Daniel Osmar Lacerda.
O projeto consiste em dois sorteios de prêmios para moradores que estiverem com suas residências protegidas contra a dengue. As premiações serão feitas no dia 12 de dezembro – um aparelho televisor 20 polegadas para o morador e um DVD para cada vizinho (da direita e da esquerda); e, no dia 20 de março de 2008 – uma moto para o morador e um DVD para cada vizinho (da direita e da esquerda).
De acordo com os organizadores, a primeira etapa do projeto inclui a PARTICIPAÇÃO dos moradores, com a aquisição de cupons durante a visita dos Agentes de Controle de Endemias, através de ligações para o telefone 3729-1301 ou, ainda, junto à sede da Vigilância Epidemiológica e Controle de Zoonoses, à Rua Júlio Brandão, 168, na Barra. Após preencher o cupom com seu nome e os nomes dos vizinhos da direita e da esquerda, o morador deve depositá-lo em urnas que se encontram na sede da Vigilância, nos PSFs, no Centro de Epidemiologia (próximo à pracinha São Pedro) ou nos patrocinadores (Karlo´s Papelaria, Oficina do César, Coletivos Muriaeense, Frigorífico Sabor de Minas, CDL, Editora Gráfica, Coopersuínos, Grupo São Geraldo, Doce Ylagam, Distribuidora de Vidros Muriaé, Fundação Cristiano Varella, entre outros).
A segunda etapa do concurso é a mais importante no quesito conscientização, pois o sorteado só irá receber o prêmio após uma inspeção minuciosa dos agentes. Tanto a residência do morador quanto as dos vizinhos indicados devem estar livres de qualquer reservatório que acumule água. Por isso é importante que, já a partir da inscrição, os participantes fiquem atentos aos cuidados com o lar e com a vizinhança. “Se durante a visita da Funasa for encontrada alguma caixa d’água aberta ou algum depósito de água, a premiação não será entregue e faremos um novo sorteio. Ainda assim, a pessoa poderá participar do sorteio do mês de março de 2008. Iremos intensificar o atendimento com esta promoção e vai ser bom até mesmo para a interação de um vizinho com outro”, justificou Daniel.
Segundo ele, a Secretaria Municipal de Saúde vem atuando como parceira direta desta iniciativa. “É ela que contrata os funcionários e gerencia todo o processo, e o pessoal da Funasa supervisiona o trabalho. A Secretaria de Saúde é uma das mais interessadas em não termos essa doença no município e, por isso, temos todo o apoio através do Dr. Marcos Guarino, tanto na confecção de materiais (panfletos, outdoor, cartazes), como na compra dos prêmios, já que não foi possível recolher tudo com patrocínio”.
O índice de infestação no município, 0,15%, é totalmente aceitável pela Organização Mundial de saúde, que pede que este não ultrapasse a casa de 1%. Contudo, a equipe está atenta, porque sabe que com dengue não se brinca. Só neste ano, foram registrados quase 500 casos, índice que, sob hipótese alguma, pode ser repetido em 2008. “Não podemos baixar a guarda, temos que estar atentos ao trabalho, porque o mosquito pode começar a se manifestar e o caso da dengue hoje, como mostram os noticiários, vem se manifestando em muitos municípios, como Belo Horizonte e Juiz de Fora, mesmo no período sem chuvas”, frisa o Supervisor.
Daniel também chama a atenção das pessoas para a gravidade do fato e solicita que atuem como parceiros nessa grande luta contra a dengue: “A população precisa entender que dengue não é caso só da Saúde Pública. Apesar de termos um quadro de 60 funcionários, isso não é suficiente, porque há mais de 40 mil imóveis em Muriaé. Nossa equipe é suficiente para cobrir a metodologia solicitada, mas não para vigiar as casas dos moradores no dia a dia. O agente faz o trabalho dele, mas é importante saber que, atualmente, tudo que vem do mercado, como lata, garrafa-pet e sacola plástica, tem que ter destino certo, que é o aterro sanitário. Não pode ser jogado no quintal ou em terreno baldio, porque assim, poderíamos ter 500 homens trabalhando que não daria... A população tem que estar mais consciente neste sentido e, por isso, também estamos, ao lado do Projeto Adote seu Vizinho, fazendo campanhas nas escolas, pois confiamos no poder de influência das crianças junto aos pais”, finalizou.