Gazeta de Muriaé
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Em 05/10/2007 às 09h59

Confecções contam com assessoria de estilista

 O reconhecimento de Muriaé como Pólo de Confecções foi um passo importante para os empresários do município que, atualmente, possui um registro de mais de mil empresas efetivas. Contudo, somente a produção acelerada e o investimento em maquinário não têm sido o suficiente para fazer frente à concorrência dos produtos asiáticos. “A competitividade, hoje, passa pelo diferencial. A pequena empresa tem que alcançar a maior capacidade de criação para se diferenciar, ou seja, agregar o design à roupa que está fazendo”, diz a responsável pelo Núcleo da Moda do SEBRAE Minas, Denise Góes.

  Para assessorar as empresas na busca de uma identidade própria, uma parceria entre o Sindivest-Delegacia Regional, Sebrae, Condessc e Prefeitura de Muriaé - através do Circuito Turístico do Pólo da Moda, trouxe à cidade, no dia 28 de setembro, o renomado estilista Renato Loureiro, que dará início a um projeto inovador junto às confecções, como explica o Delegado Regional do Sindivest, Carlos Magno: “Nossa intenção é criar moda e não fabricar roupa, porque quando a gente vai vender em qualquer mercado sem agregar valores, sem ter uma identidade, a gente simplesmente concorre com uma roupa sem conceito, que não desperta desejo de consumo, apesar de ser bonita”.

  Nos anos 70, o belorizontino Renato Loureiro foi um dos integrantes mais ativos do “Grupo Mineiro de Moda”. Atualmente, vem sendo muito aplaudido por suas coleções lançadas durante a São Paulo Fashion Week. O estilista agora se prepara para mais um desafio: estimular o mercado de confecções muriaeense. “O primeiro estímulo é a própria visibilidade que irá surgir da execução do projeto. O fato de estar fora do eixo Rio-São Paulo já dificulta, mas, agora, há essa possibilidade de que o trabalho chegue ao Rio e tenha acesso ao mercado internacional. Os empresários vão passar a olhar o mercado não só como promotor na questão do preço, mas em moda também, sem se torturarem pensando em vender mais barato porque o concorrente está vendendo a mesma coisa por um preço melhor. Vamos buscar a identidade de cada um, aí, conseqüentemente, eles vão poder concorrer no mercado não só com o preço, mas com a preferência”, explicou Loureiro.

  Segundo ele, o diferencial de cada empresa surge da forma de se apresentar uma coleção, do design e conceito. “Um verdadeiro trabalho de moda tem que ter uma coleção que conte uma história com começo, meio e fim. A partir do momento em que a empresa tem uma identidade, ela passa a usar os recursos que a cidade oferece - seu lado pitoresco, sua história -, e isso chama a atenção do público”.

  Para o Delegado Regional do Sindivest a iniciativa tende a trazer grande projeção para Muriaé: “As confecções vão ter uma identidade e contribuir para que nossa moda tenha reconhecimento nacional. É uma ação inédita na cidade e já estávamos pensando nisso há algum tempo, mas ainda não tínhamos um profissional com o gabarito do Renato trabalhando junto ao Pólo. Este trabalho será um ícone para o desenvolvimento das outras empresas e queremos que seja um marco no diferencial da moda muriaeense”, ressaltou Carlos Magno.

  A empresária Andréa Monteiro (Zing Zone) acredita que a entrada no Pólo das Confecções vem promovendo um amadurecimento para as empresas, que agora encontram um novo rumo para se firmarem: “Estamos muito carentes de trabalhos inovadores como este. Está sendo muito bom abrir nossa visão e mudar o conceito de confecção, de fábrica de fundo de quintal e entrar no mercado para competir. Isso é um grande sonho para Muriaé e aqui nós somos todos sonhadores. É um trabalho diferente e inovador e acho que é o caminho certo que todo empresário deve buscar”.

Autor: Andréa Oliveira

Fonte: Gazeta de Muriaé



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