As investigações sobre os comentários racistas em
foto de casal, de Muriaé, na Zona da Mata de Minas, postada no Facebook, terão
apoio da Delegacia de Crimes Cibernéticos em Belo Horizonte, Departamento
Estadual de Investigações Criminais de São Paulo e Delegacia Especial de
Atendimento a Mulher do Distrito Federal.
O delegado Eduardo Freitas da Silva é responsável pelo inquérito que investiga
o caso da jovem negra Maria das Dores Martins, de 20 anos, de Muriaé, na Zona
da Mata, alvo dos ataques. Ele viaja para a capital mineira na próxima
segunda-feira para pedir apoio técnico aos especialistas em crimes cibernéticos
para levantar dados de alguns dos 50 suspeitos identificados: "Estamos focados
em alguns perfis, entre esses 50. A maioria é de São Paulo e tem uma pessoa em
Minas", relata delegado. A foto alvo dos ataques foi posta em agosto. Maria das
Dores aparece lado do namorado, de cor clara, e foram feitos comentários
sugerindo que o rapaz a teria comprado como escrava.Essas pessoas que estão por trás das postagens racistas tem idade entre 15 e 20
anos. Elas podem responder por crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89, que
implica em conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou
coletividade. É imprescritível e inafiançável. Quando cometido por meios de
comunicação, a pena é de dois a cinco anos de prisão. Podem ser responsabilizados também por injúria racial, como prevê o artigo 140
do Código Penal Brasileiro, consiste em ofender a honra de alguém com palavras
referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem. O réu pode responder em
liberdade, pagando fiança, e a pena é de um a três anos.