Gazeta de Muriaé
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Em 24/03/2014 às 16h44

Ifet Muriaé realizará debate sobre golpe militar de 64

O Núcleo de Ciências Humanas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais - Campus Muriaé,  promoverá nos dias 27 e 28 de março o evento:  '50 anos do Golpe! Da Resistência à Comissão da Verdade', que será aberto à comunidade.

No dia 27, às 19:00 horas, na Unidade Barra do Câmpus Muriaé, o palestrante convidado para o evento é o sindicalista, vereador cassado pela Ditadura e hoje membro da Comissão da Verdade de Minas Gerais, José Francisco Neres.

 Na sequência, os professores do Núcleo de Humanas do IF Sudeste farão um debate sobre o tema. Entre os debatedores: Fábio A.M. Bezerra (Filosofia), Fábio C. Peixoto (Sociologia), Julio César Pereira Monerat (Geografia) e Sileia M. Arantes (História).

 No dia 28 de março, haverá a continuidade das reflexões sobre a Ditadura civil-militar brasileira com a participação dos alunos do Câmpus Muriaé, quando as atividades de palestra e debates se repetem nas Unidade Rural às 9:30 horas do dia 28 de março e, às 13:30 horas do mesmo dia, na Unidade Barra.

 

José Francisco Neres incansável lutador pelo esclarecimento dos crimes da ditadura

 O dirigente comunista José Francisco Neres, sindicalista antigo, liderança incontestável da classe operária, foi o último de uma série imensa de companheiros e amigos de Nestor Veras, um dos fundadores do sindicalismo rural e dos primeiros dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, jornalista do Terra Livre e membro do Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, a vê-lo vivo. Esteve com Veras no dia em que ele foi sequestrado, na avenida Olegário Maciel, esquina com a Rua Tupinambás, em Belo Horizonte.

 Num intenso movimento nacional pela descoberta do que aconteceu com Nestor Veras, José Francisco Neres foi um dos que depuseram sobre o desaparecimento do membro da direção nacional do PCB na Procuradoria da República, em Belo Horizonte.

 Seu depoimento foi na sede da Procuradoria, onde se achava presente a procuradora regional dos Direitos do Cidadão, Silmara Cristina Goulart, acompanhada do analista processual Vitório Paulino de Paiva Silvestre.

 Posteriormente foi lançado o livro "Memórias de uma guerra Suja", dos jornalistas Rogério Medeiros e Marcelo Netto, no qual o ex-delegado do DOPS, Cláudio Guerra, informa ter visto Nestor Veras ser imensamente torturado, tanto que, com ele já agonizante, deu-lhe "tiros de  misericórdia".

 Em entrevistas, Cláudio Guerra, que se diz pastor evangélico, relatou que  seu corpo foi sepultado num terreno baldio, situado na estrada de Belo Horizonte a Itabira, conforme também declarações do sobrinho de Veras, Omene Vera Martins.

 José Francisco Neres é incansável na luta pelo esclarecimento de todos os crimes da ditadura e pela punição dos culpados, bem como pela reparação das perdas dos que lutaram contra o movimento empresarial-militar que atormentou o Brasil de 1964 a 1985.

Neres é secretário político  (presidente) do Comitê Municipal do Partido Comunista Brasileiro em Belo Horizonte e dirigente das Associações dos Amigos do Memorial da Anistia e dos Perseguidos Políticos.

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



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