TRIBUTO A UM GUERREIRO (JUBER JOSÉ FERREIRA)

Há um vazio dentro de todos nós que silencia tudo a volta para ouvir, em pensamentos, uma voz que se calou há pouco. Uma voz que, enquanto existiu, foi sinônima de luta, alegria, aventura, entusiasmo e respeito. Uma voz que hoje fala por intermédio das lembranças. Por um conjunto de lembranças que se prefiguram nas ruas de Muriaé, nas conversas com os amigos em comum, enfim, lembranças que embalam a saudade...

Foi difícil escrever isto! Foi difícil, sobretudo, pela grande quantidade de motivos que temos para sentir saudades dele. Como disse Drummond, "tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais, que eram sempre certeza e segurança".

Rubem Alves, certa vez disse que a "morte é onde mora a saudade". Por isso choramos, lamentamos, procuramos justificativas como forma de consolo, e, no fundo, o que resta são as inúmeras recordações daquele que nos deixou. 

Kennedy, Juscelino Kubitschek, Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, entre outros, seriam maiores se não soubessem de seus deslizes? Certas pessoas são tão grandes que transcendem seus possíveis pecadilhos ou pequenezas.

Dificilmente encontramos um elemento com tantos predicativos quanto o nosso amigo em pauta:

- Ferrenho na labuta;

- Fervoroso em suas convicções;

- Amigo dos amigos, com fanatismo para o que der e vier;

- Apaixonadíssimo pelos seus familiares;

- Cultivava a honestidade com uma firmeza admirável.

Os verdadeiros amigos nem a morte afastam de nós. São eternos e incondicionais.

Digo pra vocês, de coração aberto, que tive o prazer e a honra de conhecer esse amigo e irmão que se foi de repente e de forma tão trágica.

Juber partiu sem poder se despedir, mas tenho certeza de que, onde ele quer esteja agora, ele olha por nós e, tenho certeza, ele tem a sensação do dever cumprido pela família que amava, pelos filhos bem educados, pelo trabalho sempre feito com dedicação e afinco.

Vá com Deus, irmão, e saiba que você se foi, mas as boas lembranças sempre existirão em nossos corações.

De seu patrão, amigo e companheiro:

LUIZ GONZAGA GOMES