Gazeta de Muriaé
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Em 11/06/2013 às 14h54

Comissão de moradores da Praça João Pinheiro pede fim de eventos na área

Uma comissão de moradores da região da Praça João Pinheiro foi à reunião dos vereadores na Câmara nesta segunda-feira para reclamar sobre o evento realizado no ultimo domingo (09/06) naquela região. Eles apresentaram um abaixo assinado, onde reivindicavam a proibição de eventos na Praça.

A justificativa foi que eventos grandiosos como o que ocorreu no último domingo geram inúmeros transtornos não só para os moradores do Centro e sim para toda a população. De acordo com ele, a Parada do Orgulho Gay, que faz parte das atividades do Muriaé Pride 2013, excedeu todos os limites. "Além de desrespeitarem o patrimônio público usando as vias públicas como banheiro, alguns usavam drogas, e outros praticavam atos sexuais sem qualquer pudor.

"Foi uma falta de respeito com as famílias que moram no Centro da cidade, em frente a minha casa pessoas fazia sexo e xingavam palavrões absurdos, tenho uma filha pequena e não preciso passar por certos constrangimentos. Não sou contra a demonstração de carinho muito menos contra  a relação homossexual, mas preciso ser respeitado dentro da minha residência," disse Vladimir, morador do Centro.

Atendendo as todas as solicitações dos moradores o presidente da casa, o vereador Sargento Joel destinou uma comissão presidida pelo vereador José Harold, "Júnior da Civil" para levantar informações sobre a situação.

O presidente da Organização LGBT, Caic Henriquez, se manifestou através da imprensa de Muriaé.

  "A Organização LGBT de Muriaé organizou, de 3 a 9 de junho, o Muriaé Pride, evento que reúne uma série de atividades de militância, formação, cultura e lazer e que movimenta o comércio e o trade turístico da cidade, injetando preciosos recursos para o município. O evento se encerra com a Parada do Orgulho LGBT de Muriaé, manifestação pública que se propõe a dar visibilidade à cultura gay, divulgar as bandeiras do movimento gay, confraternizar com os demais setores da sociedade e promover o respeito às diferenças.

Como todo evento público, numa cidade onde as opções de lazer a custo zero são raras, a Parada Gay atrai todo tipo de gente, de todas as orientações sexuais, raças, gêneros, níveis sociais, de todo grau de civilidade, bens e mal educados. Como todo evento público dessa natureza, cabe à prefeitura e aos órgãos públicos envolvidos com segurança, limpeza urbana, fiscalização, etc. zelar para que as regras da cidade sejam respeitadas e incentivar um clima de cooperação e tolerância entre a população direta ou indiretamente envolvida.

    A organização da Parada cumpriu o seu papel e não pode ser responsabilizada por atos de vandalismo ou comportamentos inadequados do público presente. Os serviços de segurança pública, responsáveis pelo atendimento a esse tipo de evento, estavam presentes. Todos os órgãos da Prefeitura Municipal de Muriaé envolvidos foram contatados e assumiram sua responsabilidade para que a realização do evento fosse pacífica e organizada.

    A Parada do Orgulho LGBT é um evento que se propõe a defender os direitos dessa população e que conta com a participação de uma esmagadora maioria simpatizante heterossexual, colaborando para a naturalização das relações homoafetivas e a quebra do preconceito. As manifestações de afeto entre os casais homossexuais devem ser respeitadas, com base nos mesmos critérios adotados para os heterossexuais e os excessos devem ser reprimidos, na forma da lei: direitos iguais; nem menos, nem mais.

    A cidade ganhou com o Muriaé Pride. O clima de respeito, o debate franco sobre homofobia, sobre a diversidade sexual, as estratégias para a educação, o trabalho de prevenção às DST-aids – tão necessário para os gays e sua vulnerabilidade acrescida; tudo isso é imensamente positivo para a população de Muriaé. O número surpreendente de pessoas que acompanharam a Parada e se aglomeraram na Praça João Pinheiro para os shows de encerramento somente comprovam o sucesso do evento.

    É importante que avaliemos as deficiências na sua organização e que as estratégias adotadas por cada órgão envolvido sejam revistas. Serviços de suporte como os banheiros públicos – que ficou na responsabilidade da Secretaria Municipal de Turismo, a interdição das ruas, que foi super apoiado pela Dimuttran, o controle e fiscalização de vendedores ambulantes, que não teve, devem ser criados ou redimensionados levando-se em conta o conforto dos participantes, dos moradores e do comércio local.

    A Organização LGBT detecta e está ciente das mudanças que deverão ser observadas para as próximas paradas e lamentam os transtornos causados por eventuais subdimensionamentos da estrutura contratada para o evento".

 

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



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