Gazeta de Muriaé
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Em 27/05/2013 às 14h53

Coluna de Psicologia: O que acontece quando alguém morre?

Respondendo perguntas difíceis

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A morte é um acontecimento absolutamente possível de ocorrer a qualquer tempo e as crianças aprendem isso quando, por exemplo, um animalzinho ou vovô ou vovó morrem e, até mesmo quando algum coleguinha perde alguém importante.

Dessa forma, podemos ajudar as crianças a compreender e lidar com os fatos da vida e a dar a oportunidade delas aprenderem a suportar a dor da separação. Se um dia seu filho tiver que enfrentar uma grande perda, ele ficará assustado, inseguro, com dúvidas e fantasias sobre esse acontecimento e o que ele mais precisa nesse momento é da garantia de que o mundo ainda é seguro para ele, que alguém sempre estará ao seu lado e que a dor e a tristeza vão, aos poucos, se tornando mais amenas.

A dor e o sofrimento são inevitáveis diante de perdas e momentos traumáticos. É necessário um tempo, que é subjetivo e particular para se elaborar, processar essa dor profunda. É preciso dar oportunidades de a criança expressar sua tristeza e falar sobre seus medos.

As pessoas, de um modo geral, têm grandes dificuldades para ajudar a criança enquanto estão de luto, até porque, dependendo da situação, toda a família pode estar traumatizada e preferem poupar a criança, não falando com ela o que de fato aconteceu. 

Também já ouvimos e vimos pessoas que, diante dessas perdas tão difíceis, como a de um filho, de um amor tão forte, encontram na falta e na dor a força para superar, canalizando-a para missões e objetivos elevados, transformando a dor em luta, trabalho em doação.

Ao ter que orientar uma criança ou adolescente sobre um acontecimento assim, pode-se pensar em:

•    Procure falar sobre o fato de forma clara, resumida, sem mentiras ou fantasias, observando seu grau de entendimento e idade;

•    Dizer que ‘o vovô faleceu’ e, infelizmente, não vai poder mais estar com ele, talvez seja suficiente para uma criança aceitar o fato da morte;

•    Ter equilíbrio e bom senso em relação à questão da presença e participação da criança no velório e enterro;

•    Talvez seja recomendável ouvir o desejo da criança e explicá-la que esse momento é doloroso, que as pessoas estão muito tristes e que ela pode despedir-se ou recordar-se da pessoa com os bons momentos vividos com ela;

•    Algumas situações de emoções muito fortes podem ser evitadas;

•    Ter cuidado com o que se fala da pessoa que faleceu: as crianças estão sempre atentas e podem não compreender as manifestações das emoções do adulto naquele momento;

•    Explicar que a morte faz parte da vida, que é uma etapa que todos temos que passar, seja com o animalzinho, com uma plantinha ou com alguém que se ama muito;

•    É importante tranquilizar a criança de que, apesar de perder alguém naquele momento, alguém estará sempre cuidando dela e que a pessoa que se foi estará sempre em suas lembranças;

Enfim, os pais ou familiares devem tentar enfrentar a nova situação com realismo, afeto e segurança, pois com certeza ajudarão as crianças a passar por estes momentos tão difíceis, proporcionando para eles equilíbrio e tempo para aprender a lidar com a falta, a elaborar o luto e tentar compreender e aceitar o inaceitável e a explicar o inexplicável mistério da vida.








Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Ana Lúcia Mazzini



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