A Penitenciária Dr. Manoel Martins Lisboa Júnior, em Muriaé, na Zona da Mata, inaugurou nesta segunda-feira (6) uma fábrica de vassouras que garantirá trabalho a 20 detentos da unidade. A fábrica foi construída com a mão de obra de seis presos e em parceria com a Pastoral da Sobriedade, que doou os materiais para a construção do espaço da fábrica e para a produção das vassouras.
A fábrica terá dois setores, sendo um para os presos que cumprem pena em regime fechado trabalharem e o outro para os detentos do regime semiaberto. A previsão é que sejam fabricadas cerca de 1.500 vassouras por mês. O diretor geral do presídio, Francisco Alves da Silva, destaca que a intenção é que a produção aumente gradativamente para que mais internos sejam empregados. "O trabalho é uma das mais importantes ferramentas para promover a ressocialização, pois dá novas perspectivas e oportunidades ao indivíduo privado de liberdade", ressalta.
Além de receberem cerca de R$ 500 pela mão de obra, os presos ainda têm remição de pena. A cada três dias trabalhados, um é diminuído da sentença a ser cumprida. "A capacitação profissional é a estrutura fundamental na ressocialização dos presos, pois permite a eles ter a qualificação adequada ao seu perfil educacional e, consequentemente, melhorar sua situação no mercado de trabalho", afirma a diretora de ressocialização da penitenciária, Maria da Consolação Tanus.
Também serão produzidas vassouras de garrafas pets, que serão recolhidas pela cidade. A intenção é, segundo o diretor geral, incentivar a produção sustentável com os materiais recicláveis. O diretor afirma ainda que, em breve, pretende firmar parcerias com escolas locais para o recolhimento das garrafas pets, que serão trocadas pelas vassouras produzidas na fábrica.
Compareceram à cerimônia de inauguração membros da defensoria pública, da promotoria e do Ministério Público de Muriaé, o juiz da Vara de Execuções Penais, Adriano Nakashima, o Bispo da diocese regional, José Ueudes e empresários locais.
Medidas de ressocialização
A Penitenciária Dr. Manoel Martins Lisboa Júnior tem, ainda, uma parceria com a Prefeitura de Muriaé, em que cerca de 40 presos trabalham na limpeza das ruas do município. Além desses presos, mais 13 trabalham em parcerias com empresas privadas e 112 trabalham dentro da unidade. Só na Zona da Mata, são mais de 1070 detentos das 15 unidades prisionais da região trabalhando.
A unidade oferece ensino fundamental e médio para os detentos. Atualmente, mais de 180 presos cursam o ensino fundamental. Em 2012, o preso Bruno Eduardo Oliveira Reis foi aprovado no vestibular da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e inicia, no dia 13 de maio, as aulas do curso de Educação Física da universidade. Na região da Zona da Mata, ao todo, cerca de 670 detentos estudam atualmente. Minas possui, atualmente, uma média de seis mil presos estudando e 12 mil trabalhando. A cada 12 horas de estudo ou três dias de trabalho, o detento redime um dia de sua pena.
