Em 26/02/2013 às 15h43
A Câmara Municipal de Muriaé convidou autoridades do município, estado e os cidadãos de Muriaé para uma audiência aberta à população com o tema "Segurança pública". Realizada na terça-feira (25/02), tinha como finalidade alinhavar não somente o ideal de segurança que o poder público, e as instituições que zelam por ela, mas também aproximar e ouvir as opiniões de grupos sociais e de cidadãos de Muriaé, que buscam a contenção da violência em nossa cidade. Dentre as autoridades presentes, se encontravam o prefeito Aloysio Aquino, o vice-prefeito, João Ciribelli, o deputado estadual Wilson Batista, o comandante do 47º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Nazário, o delegado regional da Polícia Civil de Muriaé, Luiz Carlos dos Santos, além de oficiais da PM, representantes de órgãos e entidades da sociedade civil.
Um dos temas principais discutidos e apresentados aos presentes foi a palestra, que iniciou a audiência, da estudante do 5º período de Direito da Faminas, Riviane Laviola, que apresentou a metodologia de trabalho da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), uma opção de medida ressocializadora em relação ao cárcere comum. A estudante explicou que o método de recuperação do presidiário nas Apac’s é humanizado, e busca a recolocação do individuo no meio social, enquanto um ser importante, o tratando com dignidade, oferecendo cursos profissionalizantes e buscando um cotidiano diferente dos vistos nas penitenciarias comuns. "Valores que foram perdidos no sistema carcerário comundo são trabalhados nos indivíduos, para que quando ele volte a sociedade, tenha condições de viver e trabalhar", contou Laviola. A Apac funciona com trabalho voluntário, e tem um custo de um terço para cada presidiário, em relação a uma penitenciária comum.
Foi destacado durante a reunião que uma lei municipal de 1983 já definia que a Apac em Muriáe seria uma instituição de utilidade pública. No momento, busca-se um terreno a ser doado, para que a cidade possa também ter uma unidade. O prefeito Aloysio Aquino informou que um terreno pertencente ao Estado já foi escolhido para ser doado à associação, e os trâmites devem ser iniciados o quanto antes, junto ao Governo do Estado, para que seja viabilizada a implantação efetiva da Apac.
Efetivo das Polícias Civil e Militar
Um dos temas recorrentes da audiência, levantado pelo presidente da Câmara Municipal de Muriaé, e comentado pelo comandante do 47º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Nazário, e pelo delegado regional da Polícia Civil, Luiz Carlos dos Santos, foi sobre a segurança da cidade, em bairros carentes, e também sobre a situação do número de policiais na tropa do batalhão sediado em Muriaé, e do número de policiais civis em atividade na cidade. O vereador Sargento Joel disse que ao visitar Belo Horizonte, e entrar em contato com autoridades, ouviu que em cidades como Muriaé, não devem receber aumento de efetivo até 2014, após a Copa do Mundo da Fifa, realizada no país. "Não se faz segurança preventiva, se você não tiver o ser humano, necessitamos dos policiais", disse o vereador.
Não vai faltar trabalho e dedicação ao efetivo que encontrou em Muriáe no 47º Batalhão da PM, disse o comandante Nazário, "Mais importante que o número de policias que nós temos, é o que esses policiais estão fazendo. Hoje o batalhão é responsável pelo poliamento de 18 cidades, então estamos num processo de reconhecimento da cidade e de diagnóstico das prioridades quanto ao policiamento, e implantar as estratégias mais adequadas". Destacou que é necessário reativar conselhos de segurança pública pela cidade, para reforçar a parceria da PM com a sociedade pública. "Vejo hoje aqui uma boa vontade, para se fazer um trabalho em parceira com a sociedade. Há que se chamar a discussão varias entidades, para discutir a segurança pública".
O delegado regional da Polícia Civil, Luiz Carlos dos Santos, relatou a situação da falta de pessoal da instituição em Muriáe. Disse que mais delegados, legistas, investigadores e peritos seriam necessários na cidade, mas, que de acordo com informações, a cidade receberia aumento de contingente em breve. "Recebemos duas escrivãs realocadas da Prefeitura, e pedimos antes que precisaríamos de mais servidores, a demanda está aumentando, Muriaé tem um plantão regionalizado, então, a partir das 18h, 18 cidades enviam as ocorrências para a cidade", explicou. O delegado também relatou a situação do Instituto Médico Legal (IML), de Muriaé, que não está em condições de trabalho para a demanda da cidade, e deve receber verbas para reforma através da Prefeitura de Muriaé.
O perigo das drogas
O deputado Wilson Batista lembrou da importância do enfrentamento ao Crack, que está diretamente ligado à violência e criminalidade na cidade. Ele afirmou que Muriaé vai receber um Centro de Atenção Psicossocial (Caps), voltado para dependência em álcool e drogas sugeriu ainda a elaboração de um requerimento para ser encaminhado ao governo do estado, reivindicando o aumento no efetivo das polícias Civil e Militar em Muriaé e região. "não podemos cruzar os braços, pois podemos identificar fatores na sociedade que estão aumentando a violência, e um desses, como sabemos, é o crack, uma droga diferente, mortal, com potencial de vicio e dependência altíssimo", explicou o deputado.
Integração da
sociedade na sociedade publica
"Sem segurança, não nos sentimos
bem em lugar nenhum, e é o que queremos mudar em Muriaé, aumentando a qualidade
de vida", disse o vice-prefeito João Ciribelli. Ele concordou que de nada
adianta ter escolas, unidades da polícia, viaturas, se não haver investimento
no homem, na pessoa que ocupa um cargo a desempenha em beneficio da sociedade.
O prefeito Aloysio Aquino parabenizou
a casa legislativa, a PM, a Polícia Civil, sobre o levantamento da discussão. "Temos
que cobrar do governo estadual o maior efetivo, já que a segurança depende de
toda a sociedade, civil e militar", completou.
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