Karine Santana Mendes tem 23 anos e pratica Taekwondo desde os 6 anos, e completa em 2012, 17 anos de prática no esporte. Ela conheceu o Taekwondo através de seus pais que queriam que ela praticasse algum esporte, independentemente de qual modalidade esportiva fosse. Ela então foi apresentada a vários tipos, como futebol, capoeira, natação entre outros, mas se apaixonou pela arte marcial coreana. Tudo começo próxima a sua casa, na Escola Esmeralda Vianna (Bairro Inconfidência I), onde ela começou a treinar e também estudar, lugar que reside atualmente.
Ela começou a ser interessar mais pelo esporte e a participar de  competições. Na primeira que disputou,  com apenas seis anos de idade, acabou campeã em duas modalidades. Desde então, vem despontando em nível nacional. Com o tempo, monteu uma pequena academia na própria casa, por faltar um local de treinamento na cidade. Assim surgiu a Equipe Enirak Lee, e ao mesmo tempo os títulos e a oportunidade de levar o nome de Muriaé, nacionalmente e internacionalmente.


Gazeta de Muriaé - Como se deu, e quando começou seu envolvimento com o Taekwondo?

Karine Santana - No ano de 1995, onde eu tinha apenas 6 anos de idade e meus pais queriam que eu praticasse um esporte, poderia ser qualquer modalidade esportiva, tanto que fui apresentada á outras modalidades, mas o Taekwondo foi amor e paixão a primeira vista. Daí para frente nunca mais parei com o Taekwondo, completando esse anos 17 anos de pratica desse esporte maravilhoso, que só tenho que agradecer. Aos meus pais, que acreditaram em mim quando quis ficar em um esporte diferente para algumas pessoas, ainda mais sendo mulher e por se envolver com luta, que querendo ou não é um ambiente masculino.

GM - Karine Santana - Como surgiu a ideia do Projeto Equipe Enirak Lee de Taekowndo?

Karine Santana - Surgiu através da insistência de uma amiga, que já tinha um projeto parecido e  vivia dizendo que eu tinha que fazer um projeto de Taekwondo, que iria ser aprovado, e no final de 2011 dei entrada com o projeto sendo realmente aprovado para ser executado em 2012 (Lei Alcyr Pires Vermelho, de incentivo a cultura e esporte, da Fundarte). Como eu já trabalhava com aulas em academias particulares e com dificuldades para poder levar os atletas para competirem, vi essa oportunidade do projeto maravilhosa e não veio outra coisa na minha cabeça a não ser montar uma equipe, para levar com mais potência o nome de Muriaé para a região e também a divulgação desse esporte que exige muita disciplina que é o Taekwondo.

GM - O projeto chegou ao fim neste ano de 2012, qual foi o resultado obtido?

Karine Santana - O resultado não poderia ser melhor. O projeto começou a ser executado em Março, com os adolescentes do Programa Gente Jovem (Rotativo e Gráfica) e com as crianças e também adolescentes do Bairro Inconfidência I e II, Edgar Miranda, Marambaia e Vale Verde. Com apenas dois meses de treino, fomos convidados para participar de um Torneio na cidade de Ubá –MG, onde foi feita uma seletiva e levamos 25 atletas, conseguindo o 1º Lugar por Equipe, na disputa com outras 10 cidades da Região. Foram feitos também, vários intercâmbios com as cidades vizinhas, onde estávamos dando a oportunidades para os jovens de conhecer, técnicas diferentes das nossa e também fazer novas amizades e dando a oportunidade de estar conhecendo outras cidades. Nesse tempo, conseguimos também que os atletas fizessem a troca de Faixa, onde conquistaram uma nova graduação e o término do projeto ficando em 2º Lugar Por Equipe na 3º Copa Enirak Lee de Taekwondo da Cidade de Muriaé. Então vejo que o resultado foi mais do que obtido, foi cumprido.

GM - Ainda existe falta de incentivo a prática deste esporte em Muriaé?

Karine Santana - Infelizmente sim, sempre temos pessoas e amigos que colaboram com a gente, mas falta mesmo um patrocínio forte e maior, até para podermos participar de eventos bem maiores e até fora do País.

GM - O projeto, que foi aprovado pela Lei Alcyr Pires Vermelho, recebeu verba pública e deve concorrer no próximo ano para continuar recebendo, existem outros patrocínios que mantém o projeto, ou meios para que empresários possam também ajudar?

Karine Santana - Tentaremos concorrer nos próximo ano sim, mas nada garante que iremos ser aprovados, mas estamos trabalhando para que seja. Não existem outros patrocinadores que mantém o projeto, existem amigos que sempre estão dando aquela força. Mas estamos abertos para quem quiser apoiar a nossa equipe, e assim levar o nome de sua empresa ou estabelecimento com muito prazer e tenho certeza que não vamos fazer feio.

GM - Nesta experiência que teve no projeto, como você vê o desenvolvimento das crianças e adolescentes, não somente no esporte, mas também para a vida?

Karine Santana - Vejo crianças e adolescentes fascinados por um esporte, que até alguns anos atrás não era muito conhecido e abraçando essa oportunidade que demos para eles, onde eles viajam e ai ocorre o entrosamento dos jovens e surgimento de novas amizades, que muita das vezes a família não tem a condição financeira para poder levar seus filhos para conhecer outros lugares, ou a falta de interesse em deixar o seu filho praticar um esporte de contato. É de projetos assim que surgem novos atletas para esta modalidade em nossa cidade. Mas o que eu mais senti durante esse período que mostrei um pouco do Taekwondo, que é um esporte olímpico, é que ele exige de muita disciplina, respeito e o autocontrole; o interesse das crianças e dos adolescentes de conhecer a fundo sobre o esporte, saber o significado de cada cor das faixas e cada aula saber se eu ia passar um novo chute, ou quando teria outro torneio para ser disputado. Isso significa que nosso trabalho está sendo realizado com sucesso, que devemos sim, investir nos nossos jovens com esporte, não só para eles irem disputar ou outra coisa parecida, mas sempre ter esse interesse por alguma coisa que vale a pena, e esporte independe de qual seja, sempre vale muito a pena.


GM - Já tinha essa experiência de ministrar aulas anteriormente?

Karine Santana - Sim, desde 2005 quando montei uma pequena academia em minha casa por falta de local na cidade para os meus treinos e ai o surgimento de pequenas turmas e com o decorrer dos anos o surgimento da EQUIPE ENIRAK LEE DE TAEKWONDO, que vinha caminhado devagar, mas depois do projeto conseguimos uma boa divulgação, tanto que somos bem conhecidos na região, não só por ser uma equipe que tem a sua frente uma mulher, mas também por ser a equipe mais barulhenta, pois torcemos mesmo pelos nossos atletas.

GM - Hoje em dia, com a popularização do MMA dentro das artes marciais, é difícil criar o interesse em outras modalidades?

Karine Santana - Vejo que com o crescimento do MMA ajudou muitas modalidades marcias; principalmente no Taekwondo, por ter um dos maiores lutadores de MMA da atualidade; Anderson Silva como o embaixador do Taekwondo no Brasil, e com isso a procura das pessoas, para praticar um pouco de cada coisa, pois o MMA é a "mix" de várias lutas, e assim um pouco do Taekwondo, Jiu Jitsu, Capoeira e outras lutas. Mas, difícil, é para as pessoas diferenciar o MMA, que é um esporte de muito contato com golpes contundentes, para o Taekwondo, por exemplo; que muitos dos golpes aplicados no MMA e as regras também são proibidos no Taekowndo. Aí eu vejo uma dificuldade para as pessoas diferenciar, pois acham que por ser um esporte de luta e contato são todos iguais, pelo contrario é muito diferente.