Gazeta de Muriaé
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter

Em 21/09/2012 às 09h47

Entrevista Cabo Domingos

"Se eles quiserem transformar algo para as futuras gerações eles podem"

 

Cabo Domingos

O cabo Domingos Silva entrou na Polícia Militar de Minas Gerais em outubro 1993, após ser aprovado em Concurso Público para o extinto Curso de Formação de Soldados, atual CTSP (Curso Técnico em Segurança Pública). Realizou o curso na cidade de Muriaé, onde situa-se hoje, o 47º Batalhão da Polícia Militar, no Bairro Safira.

Após  nove meses de curso, e  receber os certificados de conclusão, foi enviado para o Distrito de Boa Família, onde permaneceu até o início de 1995. Foi então removido para a cidade de Miradouro, onde ficou por dois anos, até retornar a Muriaé.

Em 1998, retornou novamente para Miradouro, onde permaneceu até o ano de 2004. E desde 2005, trabalha em Muriaé, passando por vários setores, como a Assessoria de Comunicação Organizacional, Sala de Operações (190), e serviços operacionais de rua. Há dois anos foi  selecionados para fazer o Curso do Programa Jovens Construindo a Cidadania (JCC). Um programa novo, mas com muitos resultados bons, dentro da Policia Militar do Estado de São Paulo. O Programa visa proporcionar aos jovens uma melhoria de qualidade de vida e dar a eles a oportunidade de se tornarem parte da solução ao invés dos problemas. "São os jovens é que fazem o programa andar, nós, os orientadores, damos apenas o suporte necessário, além de trocarmos experiências", diz o cabo. Nestes dois anos trabalhando em escolas da rede pública, ele disse que já diagnosticou muitos problemas enfrentados pelos profissionais da Educação, e que já apresenta muitos resultados. "Espero contribuir pelo menos um pouco para o futuro promissor destes quase 400 alunos que estão matriculados no Programa", conta Domingos.

 

 

Gazeta de Muriaé - Como é feito o trabalho do JCC na construção da conscientização em relação ao trânsito?

 Cabo Domingos - Os jovens são a esperança de mudanças, acreditamos que eles podem mudar o conceito que nós adultos não temos de ver as coisas. A vontade de mudar para melhor, não apenas o trânsito, mas o futuro de nosso país. Entendo que se eles quiserem transformar algo para as futuras gerações eles podem.

GM - O tema deste ano na "Semana Nacional do Trânsito" é "Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito – 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida", como está sendo trabalhado este tema?

Cabo Domingos - O tema é simples... Conscientização. Se você vê um adulto fazendo errado, vai fazê-lo também, mas é quando você acha algo errado e quer fazer diferente, outros também te seguem. Isso é igual a moda, se lança um modelo todos querem o novo. Por que no trânsito tem que ser diferente? Os nossos jovens estão perdendo a vida muito cedo, sem ao menos assumir as responsabilidades.

 

GM - A geração atual de adultos ainda comete muitos erros no transito, por imprudência e falta de respeito às regras, o sucesso para o futuro é a conscientização de novos motoristas que ainda virão?

 

Cabo Domingos - Sim. Os adultos costumam dizer "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Como pode querer cobrar de um jovem algo que ele mesmo faz de errado. Comece a ensinar desde cedo, o certo e o errado, que pelo menos se cometerem erros futuros estarão conscientes que o fizeram sabendo.

 

GM - As blitzes educativas nesta semana trouxeram carros danificados em acidentes, e mostram o lado perigoso do trânsito. Este choque com a realidade também ajuda na conscientização?

Cabo Domingos - Com certeza sim, o impacto causado principalmente nos jovens podem expor a fragilidade dos nossos adultos, e a falta de cumprir com os deveres. No trânsito devemos lembrar que nós não somos as máquinas velozes, somos de carne e osso, e que machucamos, e podemos machucar os outros.

 

GM - Qual é a situação do trânsito em Muriaé para a PM?

Cabo Domingos - Em todo lugar está difícil, as ruas são estreitas, não existem estacionamentos, ninguém respeita ninguém. Ainda existem muitos irresponsáveis, pessoas que pensam apenas em si. Durante essa semana Nacional do Trânsito, os nossos alunos estão podendo ver e presenciar fatos que poderiam ser evitados se todos fizéssemos a nossa parte, não esperar que o outro faça primeiro.

 

GM - Você vê uma boa abordagem das escolas públicas na educação para o trânsito com os jovens?

 Cabo Domingos - Acho que tudo começa em sala de aula, principalmente nas escolas. Se tivéssemos isso no currículo escolar, talvez o nosso trânsito estivesse melhor. Hoje existem os CFC (Centros de Formação de Condutores), que conhecemos como autoescola, mas são apenas algumas horas e pronto. Depois fazem uma prova e estão ou não aptos a dirigir. Muitos fazem tudo correto, mas quando saem no trânsito esquecem o que aprenderam ou estudaram.

 

GM - Os casos de jovens alcoolizados que causa prejuízo à população ou mesmo matam no trânsito ainda são recentes e acontece com certa frequência, como trabalhar essa situação?

Cabo Domingos - É impossível querer que um jovem não faça uso de bebida sem que não presencie ou passem por uma situação difícil. Eles gostam de desafios, e são esses desafios é que mostramos a eles. Você pode fazer as coisas tendo responsabilidades, não precisa experimentar nada para saber se é bom ou ruim.

 

GM - Numa cidade com aproximadamente 40 mil veículos, como Muriaé, e com a visita de tantos outros de outras cidades da região, como deve proceder o motorista, para não causar acidentes num trânsito confuso?

 Cabo Domingos - Atenção, e muita atenção. Respeitar as leis do trânsito e pedestres que circulam nas vias. A lei é única para todos e devemos cumpri-la em todo lugar.

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé



Gazeta de Muriaé
HPMAIS