Gazeta de Muriaé
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Em 15/06/2007 às 17h28

Muriaé se arma contra a violência

Faculdade de Psicologia da Faminas, Gazeta de Muriaé, profissionais e sociedade lutam para combater esse mal

  “Basta”! Este é o grito preso na garganta da maioria dos brasileiros em relação à violência que assola o país e que, infelizmente, tem tido grandes reflexos em Muriaé, cujas estatísticas de homicídios chegam a superar Juiz de Fora – cidade com um número de habitantes cinco vezes maior que a nossa.

  Consciente de seu papel social enquanto veículo de comunicação, a Gazeta de Muriaé tem se preocupado com esse problema e buscado, através de entrevistas e campanhas, contribuir para amenizar tal situação. O início desse engajamento se deu a partir do “Dia Internacional da Mulher”, 08 de março, quando foram publicadas opiniões femininas e sugestões para se acabar com a violência. Todas foram coerentes em afirmar que o grande passo seria o investimento na educação dos jovens carentes.

  Nos meses seguintes, a Gazeta optou por ocupar sua página de Ronda Policial com algo que, ao invés de dar publicidade para a violência, procurasse analisá-la e apontar soluções. Assim, foram feitas entrevistas com o Delegado Dr. Fernando Nassar Rocha e com o Comandante da Polícia Militar, Major Junqueira, ambos enfáticos ao ressaltar a importância da participação popular, já que a segurança, embora garantia do Estado, é também de responsabilidade da sociedade.

  A partir desses primeiros passos, a Gazeta de Muriaé concluiu que são muitas as providências a serem tomadas, sob pena de a população vir a sofrer danos ainda maiores. Este é um trabalho que demanda conscientização, engajamento e parcerias entre setores que tenham o mesmo objetivo: resgatar a paz.

  Seguindo os ideais do ativista Martin Luther King, ganhador do Nobel da Paz de 1964, por sua campanha de não-violência na luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, a Gazeta segue nessa jornada, com o slogan “Lute pela Paz”.

  Não basta apenas gritar contra a violência, pois esta é uma questão antiga, muitas vezes varrida para debaixo do tapete da hipocrisia e do medo. É preciso agir e movimentar-se diante de uma luta difícil, que vem ceifando vidas inocentes e incomodando a tranqüilidade de milhares de famílias brasileiras. E nesse combate, as principais armas são a união e as ações efetivas a serem empreendidas pelas autoridades, profissionais de diversas áreas – como advogados, psicólogos, professores, etc.,- entidades, associações, empresas e pela sociedade em geral.

Faculdade de Psicologia debate soluções para violência

  A “III Jornada de Psicologia em Muriaé e Região”, que acontece entre os dias 27 e 29 de junho, tem por objetivo debater e discutir o que pode ser feito – por cada cidadão – na tentativa de se combater à violência.

  Com o tema “Sociedade: o trágico se tornando real? Desafios da Psicologia”, o evento, que será realizado na Faminas e conta com a parceria da Gazeta de Muriaé, irá apresentar oficinas, cursos, palestras, mesas-redondas, exposições e atividades culturais. Os assuntos serão abordados a partir do contexto educacional, familiar, social, econômico, artístico, terapêutico e psicológico, de forma a permitir um maior aprofundamento de caso.

  Para a abertura da “III Jornada de Psicologia em Muriaé e Região”, foi convidado o filósofo Paulo Roberto de Mello Volker que, em sua conferência, irá falar sobre o “Trágico no humano ou a banalidade do horror”.

  No dia 28, presididas pelo coordenador do Curso de Psicologia da Faminas, Luiz Cláudio Ferreira, serão realizadas duas mesas redondas. A primeira, com o tema “A violência na sociedade contemporânea”, terá participação dos psicólogos Lélio Lourenço e Cecília Coimbra, do assistente social André Mayer, do Comandante da Polícia Militar de Muriaé, Major Junqueira, e do artista plástico muriaeense Sérgio Sabo. Já a segunda mesa – “Prevenção do adoecimento e qualidade de vida” -, coordenada pela psicóloga da Fundação Cristiano Varella (FCV), Tatiana Fabris, irá contar com a participação das psicólogas Aline Vilhena e Paula Pires, da pedagoga Laís Helena e da médica oncologista clínica da FCV, Michele Resende.

  Para os cursos estão reservados os temas violência familiar, eqüoterapia, libras (linguagem brasileira de sinais), aspectos da morte e do morrer, literatura infantil e psicologia organizacional hospitalar. Finalizando a Jornada, será realizada uma viagem técnica ao Rio de Janeiro, com visitas ao Museu do Inconsciente, aos Lares Abrigados do Hospital Pedro II, à Biblioteca Nacional e à Praia de Ipanema. O passeio será coordenado pela psicóloga Monalisa Lauro e pelo filósofo Adellunar Marge, ambos docentes da Faminas.

  Esta é uma iniciativa abrangente, que demonstra como as diversas áreas profissionais e esferas sociais podem contribuir para melhorar a situação do município. Mas é importante lembrar que cada cidadão tem sua cota de responsabilidade na preservação da harmonia e da paz – um direito de todos.

Autor: Andréa Oliveira

Fonte: Gazeta de Muriaé



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