Em 28/05/2012 às 16h43
Entre a hereditariedade,
excesso de álcool e cigarro, uma das muitas causas que influenciam na
ocorrência de câncer pode estar sendo servida na mesa de almoço e jantar. Isso
mesmo. A má alimentação também se tornou fator de risco, isso porque uma dieta
desequilibrada com alto consumo de gorduras saturadas e hidrogenadas, ou ainda
algumas substâncias presentes nos alimentos embutidas podem vir a ocasionar a
doença.
Mas a boa notícia, segundo a
nutricionista do Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella, Ana
Carolina, é que por outro lado, uma dieta que enfatize maior ingestão de
fibras, antioxidantes, carotenóides, vitaminas, proteínas e ainda rica em
ácidos graxos ômega 3, propicia o auto controle fisiológico do organismo, além
de aumentar a proliferação imunológica do mesmo.
Falta de tempo. É esse o
argumento apresentado pelas pessoas, em uma avaliação nutricional, quando
questionadas a respeito das opções de alimentos no dia-a-dia. A nutricionista
afirma que a correria em meio a rotina de trabalho faz com que o ato da
refeição seja desvalorizado. "O que percebemos na atualidade é que as pessoas
não dispõem de tempo para realizarem uma refeição completa, ou seja, com a
presença de todos os tipos de nutrientes. Então se ela não observa o que come e
qual a importância disso, muito menos saberá o quanto isso afetará a sua saúde,
porque no final das contas se alimenta mal, se stressa, por não fazer uma pausa
e ainda pode desenvolver outras doenças como hipertensão e obesidade".
Estudos evidenciam a relação
entre componentes específicos da alimentação e desenvolvimento de certos tipos
de câncer, especialmente os que têm origem no sistema endócrino (mama e
próstata) ou digestório (cólon e estômago). O Doutor Bob Arnot, autor do livro The BreastCancerPrevention Diet (A Dieta de
Prevenção do Câncer de Mama) propõe que cerca de 35% dos óbitos provocados
por câncer nos Estados Unidos estão ligados à dieta e estima que 40% da incidência
do câncer nos homens e 60% nas mulheres estão associados aos hábitos
alimentares.
Além disso, a preocupação se
agrava a partir do momento em que além do descuido nas refeições a pessoa
também faça o uso de outros produtos nocivos. De acordo com estudo divulgado
pelo Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer – NAPACAN, em indivíduos que bebem
e/ou fumam diariamente ocorre aumento em até 60% das chances de desenvolvimento
de câncer quando associados à alimentação rica em gorduras, frituras ou alimentos
industrializados ricos em corantes e conservantes.
Realidade infelizmente encontrada no Hospital do Câncer de Muriaé. Ana Carolina afirma que mediante investigação de casos na instituição observou-se a prevalência de pacientes que consumiram durante muitos anos uma alimentação a base de gordura de porco, em vez da vegetal e também muitos deles ingerem sódio, refrigerante, álcool e cigarro em excesso. Como se não bastasse, eles ainda diminuem, ou até mesmo excluem, o consumo de frutas e legumes em suas refeições.
A sugestão da nutricionista e principalmente do Ministério da Saúde é que a cultura da alimentação saudável seja aplicada desde a infância, uma vez que quando a obesidade e maus hábitos já estão instalados no paciente é difícil reverter.