Em matéria publicada no último fim de semana no jornal "Estado de Minas", a cidade de Muriaé foi citada entre as 278 prefeituras mineiras que poderiam responder a um processo criminal por manter lixões em seus municípios. O texto da reportagem dizia que "a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) resolveu enfim encerrar a conversa e jogar duro com prefeitos mineiros que insistem em manter lixões em seus municípios".

Em contato com a engenheira ambiental do Departamento Municipal de Saneamento Urbano (Demsur), Isabella Affonseca, soubemos que já foram adotadas medidas para a construção de um aterro sanitário para o município de Muriaé. A engenheira também esclareceu que o processo da instalação do aterro sanitário já está adiantado, mesmo ainda estando na lista das cidades que ainda possuem lixão. "O município já adquiriu o terreno e a Licença de Instalação do Aterro Sanitário já foi liberada. O valor estimado para a construção do Aterro foi estimado em R$ 1,4 milhão e o recurso para tal investimento já foi disponibilizado junto ao CEIVAP (Comitê de Bacia do Rio Paraíba do Sul), estando o projeto na fase de análise pelo Agente Técnico-Financeiro (Caixa Econômica Federal)", ressaltou. De acordo com o Demsur, a previsão de assinatura do contrato e autorização para licitar as obras é em maio deste ano, sendo o prazo de execução da obra de 11 meses.

A Lei 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina o fim dos lixões até 2014. Um dos objetivos desta lei é a redução da quantidade de resíduos encaminhados para disposição final. Em Muriaé, o Demsur, juntamente com a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), fez um diagnóstico da cidade e traçou um planejamento para a implantação da coleta seletiva, atendendo, hoje, a 18 bairros.

 Menos da metade da população mineira (47%), ou 9,2 milhões de habitantes de zona urbana, é atendida por unidades regularizadas de deposição final de resíduos. Nessa conta entram 136 usinas de triagem e compostagem e apenas 80 municípios com aterros apropriados. A maioria absoluta convive com descarte a céu aberto (278 cidades) ou com o aterro controlado (são 359), cuja diferença para o lixão é que, enquanto o primeiro recebe camada de material inerte que recobre o lixo a cada fim de jornada, o outro é um terreno aberto.