Em 01/06/2007 às 07h21
No dia 21 de maio, a Prefeitura de Muriaé, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, iniciou os trabalhos de levantamento do piso que liga a estrada do distrito de Itamuri até o Posto F2.
A obra, que vem sendo solicitada, há décadas, pelos moradores da região, tem por objetivo evitar que as inundações comuns em períodos de cheia atinjam a estrada, causando sérios riscos a quem trafega pelo trecho.
De acordo com o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Muriaé, Francisco Ofeni, os problemas e as reivindicações dos moradores remontam à instalação da barragem. “Esta é uma estrada estratégica e muito importante, que liga Muriaé na BR 116, via Posto F2. E ela tem ligação com uma região de produtores de leite onde há um escoamento bastante significativo da produção. É uma solicitação antiga, porque, nesse ano mesmo, teve produtor que ficou 32 dias preso na propriedade devido à situação da estrada. Agora, graças ao apoio do prefeito José Braz e à parceria com o Consórcio Mirai, que nos cedeu uma escavadeira, a obra está sendo concluída, e eu tenho certeza que irá beneficiar muito os produtores da região”, disse Ofeni.
Para o morador Manoel do Gás, que vive há 45 anos na região, a iniciativa irá facilitar a vida dos trabalhadores. “Aqui são três sitiantes, eu até compro leite de um deles. Quando eles vão tirar o leite, não tem como passar, porque o perigo é grande. Uma charrete tombou uma vez e uma mulher quase morreu, mas graças a Deus, nosso prefeito está conseguindo realizar essa obra importante para nós. Isso era horrível, qualquer enchente que dava, o pessoal tinha que passar pelo pasto, tanto para pegar leite quanto para trabalhar. Com essa obra, todo mundo vai ter acesso sem problemas”, disse ele.
A dificuldade existia a tanto tempo, que os moradores já não acreditavam mais em uma solução eficiente e segura. O comércio entre campo e cidade chegava a estagnar em épocas de chuva, quando ocorriam inundações que impediam o tráfego na área, por cerca de 15 dias. Mas a situação se agravou com as cheias do final de 2006; entre novembro daquele ano e fevereiro de 2007 o trecho ficou totalmente interditado, causando perdas relevantes aos comerciantes, pecuaristas e afetando a vida dos estudantes do meio rural. “Este trabalho está sendo de muito benefício para a nossa região, não só para a gente, que vive aqui, mas para todos que utilizam esse trajeto, quem faz entrega, quem usa a estrada”, ressaltou o proprietário rural, José Braga.
Morador de Itamuri há cerca de 20 anos, o comerciante Luis Pimentel de Oliveira já enfrentou muitos problemas e teve inúmeros prejuízos com a interdição da estrada. “Às vezes ficava tudo parado na região, a gente perdendo venda de leite das roças, granja de galinha, porco e ração. Era muito prejuízo, tanto para a área urbana quanto rural. Para resolver a questão, as pessoas tinham que levar o carregamento nas costas e até se arriscar em bicicletas”, contou o comerciante.
O projeto de recuperação da estrada trabalhou em 600m do trecho, aumentando-o em torno de 3 a 3,5m em seu ponto mais profundo.