Gazeta de Muriaé
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Em 24/02/2012 às 09h32

Fisioterapia ajuda na reabilitação de pacientes com câncer de próstata

Garantir saúde, melhorar a qualidade de vida e resgatar a dignidade

Muitos pacientes que se submeteram à cirurgia de próstata tendem a sofrer com a incontinência urinária, mas a fisioterapia pode ser uma ferramenta para solucionar precocemente o problema. O departamento de Fisioterapia do Hospital do Câncer de Muriaé está desenvolvendo um estudo intitulado "Efetividade da fisioterapia em reduzir a incontinência urinária pós-prostatectomia", junto ao Grupo de Próstata, que compara o retorno a continência urinária entre os pacientes que fazem tratamento pós-cirúrgico na instituição, com os que fazem os exercícios proposto em casa, sem o acompanhamento de um profissional.

A iniciativa aconteceu a partir da descoberta de vários estudos recentes relacionados ao assunto e também pela demanda de pacientes que necessitavam de tratamento. Segundo a coordenadora do setor, Drª Flávia Vital, cerca de 90% dos pacientes que se submetem a cirurgia são afetados por esse problema. O projeto é realizado em grupo, com o acompanhamento de profissionais que orientam exercícios para a musculatura próxima a região da próstata, para melhoria da função da bexiga, recuperando a sua capacidade de segurar, ou reter a urina sempre que necessário e liberar quando ele quiser.

Antes de colocar o Grupo em atividade foi realizado um pré-estudo, direcionado aos médicos e diretoria da instituição para acompanharem os resultados e benefícios desse tratamento. Todos os casos que passaram pelo ambulatório entre 2008 e 2010 tiveram resultados significativos. Dos 30 pacientes que realizaram o tratamento completo 97% relataram melhora. Destes, em 62% a melhora foi parcial e em 34% o retorno à continência foi completo em três meses. Na época a indicação do tratamento era rara, mas após a proposta apresentada nos relatórios, todos são direcionados pelo corpo clínico diretamente a fisioterapia, sendo o objetivo do "Grupo de Próstata" estabelecer a atividade como rotina da instituição.

Restaurando a autoestima

Muito mais que garantir a saúde e melhorar a qualidade de vida, o tratamento também resgata a dignidade dessas pessoas. O paciente tende a se autolimitar pelo problema. "Eles evitam sair de casa por não conseguir conter a urina. Mas esse também é o grande motivador para buscarem a reabilitação para o problema", explica a coordenadora.

É o caso do militar de 69 anos P.P., que nem precisou pensar muito para fazer parte do projeto. Ele mora na cidade de Tombos, próximo a Muriaé, e se desloca três vezes por semana para participar das atividades do grupo. Ele fez a cirurgia em outubro do ano passado, e após passar quase 90 dias com sonda, já percebe resultados positivos em somente uma semana de tratamento. "Acho que tudo o que puder fazer para melhorar é válido. Eu não precisei de muito tempo para acreditar na eficiência do tratamento, já que em poucos dias já diminui a quantidade de fraldas que eu preciso utilizar". É também o que pensa o J.G.M. de 64 anos. Há três meses participa do projeto e afirma que a força de vontade é fundamental para o tratamento.  "Os profissionais nos tratam com muito carinho e respeito. É por isso que esse tratamento representa tudo pra mim. Mas eu entendo que se eu mesmo não correr atrás da minha saúde, ninguém poderá fazer por mim".

Autor: Assessoria de Imprensa Hospital do Câncer de Muriaé

Fonte: Assessoria de Imprensa Hospital do Câncer de Muriaé

Tags: fisioterapia, pacientes



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