Gazeta de Muriaé
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Em 23/02/2012 às 09h11

Veterinário de Miradouro concede entrevista à Gazeta de Muriaé

“...estarei sempre junto de vocês em todos os momentos, pois tenho certeza que todos os nossos sonhos se tornarão realidade”.

Almiro Marques de Lacerda Filho, mais conhecido como Dr.Mirinho, conceituado médico veterinário, atua na microrregião de Muriaé há sete anos, oferecendo assistência ao homem do campo, ministrando cursos, palestras, treinamentos e consultorias, além de estar envolvido em projetos que visam o crescimento da qualidade de vida do produtor rural. Apaixonado pelo que faz, traz a missão de defender a pecuária como uma de suas prioridades.

O veterinário, que é natural de Miradouro, saiu aos 14 anos para buscar formação           técnica em mecânica industrial no Cefet em Leopoldina, logo depois atuou na área por dois anos em Petrópolis/RJ e partiu, em seguida para alcançar a realização de seu sonho, que era tornar-se veterinário. Formou-se em medicina veterinária em 2005, vindo em seguida para a sua amada Miradouro.

Dr. Almiro fala em entrevista exclusiva concedida à Gazeta de Muriaé sobre os problemas enfrentados atualmente pelo agro-negócio, as mudanças ocorridas nessa área na região, faz um comparativo entre o agro-negócio na microrregião de Muriaé e o resto do Estado, entre outras questões relevantes que muito acrescentarão ao conhecimento de todos os leitores. 

Gazeta - Quais as mudanças significativas observadas no agro-negócio da região nos últimos cinco anos?

Almiro Filho - As maiores mudanças ocorreram no que diz respeito a agricultura familiar, onde verificou-se um maior incentivo dos governos federal, estadual e municipal;  um exemplo claro disso são os pronaf´s, que foram e são de grande importância para esses produtores que em sua grande maioria só precisavam de um incentivo. Além do pronaf, os governos estaduais e federal ainda enviaram máquinas agrícolas e caminhões, investiram também na educação do homem do campo mandando para os municípios ônibus escolares e projetos ligados a educação no campo. Ainda se aumentou muito a valorização da assistência técnica pelos produtores, pois eles começaram a verificar a importância desta para o crescimento de todos. Claro não poderia deixar de falar dos projetos de desenvolvimento da agricultura familiar, os quais já fiz e faço com muito orgulho parte como veterinário, inicialmente o Ouro Branco em MIRADOURO, e hoje no Ferleite em FERVEDOURO.

Gazeta - Faz então uma comparação entre os dois projetos que você fez parte.

Almiro Filho - É muito difícil fazer uma comparação entre ambos, pois são dois bons projetos,; o Ouro branco é um bom projeto, só precisa ser melhorado em alguns detalhes, sendo um deles a estruturação do apoio ao produtor, com máquinas e equipamentos e a capacitação do produtor no que diz respeito a administração das propriedades.

O Ferleite ainda é muito jovem, mas já está começando a colher os seus frutos, pois já foi ministrado em apenas um ano mais de 20 curso ligados ao agro-negócio; foram contratados um veterinário, um técnico agrícola; foram atendidos em todas as áreas mais de 50 produtores; já foram inseminadas mais de 80 vacas do projeto; conseguimos recentemente um terreno para um viveiro de mudas; foram adquiridos 5 botijões de sêmen para os produtores; fizemos o primeiro torneio leiteiro da agricultura familiar de Fervedouro, com a participação de mais de 20 produtores; foram feitas casinhas para o tanque de leite em algumas regiões; foram consultados mais 300 animais, e algumas boas surpresas ainda estão por chegar para melhorar a vida do produtor de Fervedouro. 

Gazeta - Qual a importância do agro-negócio para as cidades da região?

Almiro Filho - Principalmente nas pequenas cidades da região, verifica-se a dependência destas com relação ao agro-negócio, pois basicamente elas vivem única e exclusivamente do campo, sendo o café e a pecuária leiteira os carros chefes, e um pouco atrás, mas com grande crescimento a horticultura e a piscicultura. 

Gazeta - O que precisa melhorar no agro-negócio da região?

Almiro Filho - Tem ainda muita coisa para melhorar, principalmente no que diz respeito a união dos produtores em associações e cooperativas, visto que sempre a união faz a força. Precisamos de uma maior e melhor atenção de alguns poderes municipais e principalmente um melhor preço nos produtos comercializados, visto que falta treinamento e assessoria a estes produtores para obterem melhores resultados tanto na compra de produtos, como na venda de mercadorias. 

Gazeta - Quais as dificuldades ainda encontradas nessa área?

Almiro Filho - As mais encontradas são relacionadas a preço da mercadoria, e as outras estão direcionadas as dificuldades de mão de obra em infraestrutura. Além é claro da dificuldade do produtor de ser ouvido pelo poder público, visto que algumas administrações municipais não ouvem o produtor, mesmo sabendo que quem sabe os problemas existentes em um determinado local é só quem vive neste. 

Gazeta - O mercado de trabalho na área rural tem crescido nesta região?

Almiro Filho - Sem dúvida, mesmo porque houve um grande crescimento na horticultura e na piscicultura, e também a qualificação do homem do campo, trazendo assim mais empregos para o cidadão. 

Gazeta - Existe algum tipo de incentivo por parte do governo na área do agro-negócio?

Almiro Filho - Temos principalmente os financiamentos, sendo que eles são de extrema importância para o crescimento dos produtores, sabendo que eles na sua imensa maioria são lutadores e correm atrás de seus objetivos que é dar uma melhoria de qualidade de vida para seus familiares.  

Gazeta - Quais as áreas do agro-negócio estão em ascensão nos dias de hoje em nossa região?

Almiro Filho-Bovinocultura de corte, bovinocultura de leite (pequenos produtores), piscicultura (corte e ornamental), horticultura e fruticultura. Na fruticultura realçamos a produção de morangos e uvas, trabalho de extrema importância desenvolvido na região de Miradouro, pelos técnicos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Miradouro. 

Gazeta - O que você acha sobre os projetos de agricultura familiar desenvolvidos em nossa região?

Almiro Filho-Todos, sem exceção, são bons, visto que acompanho todos de perto, analisando-os e verificando quais os prós e os contras ligados a eles. Sobre esse assunto o maior problema existente hoje, está ligado a algumas pessoas que fragilizam o projeto por um interesse próprio, o que leva a um desânimo do produtor, consequentemente um desinteresse deste em participar do projeto. 

Gazeta - O agro-negócio na nossa região deixa alguma coisa a desejar em relação ao resto do estado de Minas Gerais ?

Almiro Filho-Não. O grande problema que nós encontramos em relação ao resto do estado está relacionado à topografia da nossa região que dificulta a mecanização das propriedades. Não temos problemas ligados a tecnologia e conhecimento, em função de um trabalho incansável dos técnicos da EMATER, do IMA e dos técnicos de campo, e além é claro da facilidade que nos é permitido da atualização diária visto que temos na internet uma grande ferramenta. 

Gazeta - Deixe alguns conselhos e dicas que poderiam ser utilizados pelo homem do campo.

Trabalho, dedicação, luta, persistência e principalmente orgulho de fazer parte destes que são exemplo de guerreiros em nosso país.

Almiro Filho-Para finalizar quero mandar um abraço a todos os produtores de Miradouro e região, e saibam que estarei sempre junto de vocês em todos os momentos, pois tenho certeza que todos os nossos sonhos se tornarão realidade.

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé

Tags: microregião, palestras, veterinário



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