Gazeta de Muriaé
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter

Em 03/02/2012 às 09h24

Apresentadas medidas que visam solucionar problemas das enchentes

O Secretário Municipal de Atividades Urbanas e Coordenador da Defesa Civil de Muriaé, João Franca Ciribelli, convocou a imprensa local na tarde da última quarta-feira, 1º, para uma entrevista coletiva a fim de fazer um balanço das últimas enchentes que assolaram a cidade, prestar esclarecimentos sobre questões referentes aos danos provocados pelas inundações no município, além de manifestar publicamente agradecimentos a várias pessoas que muito colaboraram no enfrentamento da difícil situação vivida pela população muriaeense nas primeiras semanas do ano.

Muriaé viveu nas primeiras semanas de janeiro a maior enchente da história da cidade. Nos nove primeiros dias do ano Muriaé teve registrado o maior índice pluviométrico do Brasil, de acordo com alguns sites de metereologia.

Segundo o Secretário Municipal de Atividades Urbanas, esta tragédia foi ocasionada devido à elevada quantidade de chuva que desceu sobre a cidade desde o mês de novembro, o que provocou a saturação do solo, além de ter tido uma precipitação muito elevada nas cabeceiras do Rio Preto e Rio Muriaé.

Na época do governo Lula, ficou acertado que Muriaé receberia um recurso no valor de 103 milhões e 600 mil reais para intervenções relacionadas ao Rio Muriaé; no entanto, conforme declarou o secretário, nada desse recurso chegou até aos cofres públicos e ele ainda indicou o site www.transparencia.gov.br para que fosse tirada a comprovação de sua declaração. “Nós ainda temos esperança que esse recurso venha”, disse ele otimista.   

Quando foi anunciado esse recurso o Ministério das Cidades determinou que fossem preparados estudos e projetos. De acordo com João Ceribelli, foi aberta uma licitação e contratada uma empresa para que fossem feitos todos esses estudos, que já voltaram novamente à Brasília a fim de o recurso possa ser encaminhado ao município.

Muitos muros que foram construídos à margem do rio pela prefeitura, com a intenção de alargar a bacia d’água, foram danificados pela enchente, além de diversos pontos no decorrer da extensa Avenida Sanitária, que vai do final da Av. Francisco Carlos Machado, que é o prolongamento da JK, chegando até o final da Barra. Em um determinado ponto já se descobriu com exatidão o que ocorreu: “foi um solapamento da captação de águas pluviais que ocasionou a abertura de uma cratera por dentro”, disse o secretário dando a explicação.

De acordo com João Ceribelli, está sendo feito um trabalho de captação de recursos para que seja normalizada a situação. E paralelamente estão sendo analisados os problemas para que seja diagnosticado o que realmente aconteceu, a fim de que seja responsabilizado quem de direito. A empresa responsável pela construção dos muros esteve em Muriaé para fazer um levantamento e emitir um laudo sobre a situação; a prefeitura também fará seu laudo e, ambos, serão encaminhados para o Ministério Público, que por sua vez, também emitirá o seu parecer, na intenção de que seja responsabilizado quem realmente deve ser e que este venha arcar com o ressarcimento do bem público, “pois o patrimônio público não pode ser lesado”, enfatizou Ceribelli.

Nos dias de cheia, as águas do Rio Muriaé chegaram a 5,40m acima de seu nível normal. “Foi a vontade de Deus que caísse essa chuva em Muriaé, é um fato que nós não podemos lutar contra ele”, declarou o secretário, que ainda prosseguiu: “nós podemos sim, trabalhar, como nós trabalhamos para minimizar a tragédia, mas evitar que isso aconteça. Como que nós vamos evitar que isso aconteça?”, questionou aos repórteres presentes na coletiva. E ainda enumerou algumas possibilidades de solução para o problema: “nós podemos, sim, dar ao rio uma capacidade maior de vazão, uma capacidade a mais de fluência, uma capacidade maior de deslocamento, tirar as corredeiras, nós podemos pensar na desobstrução do fundo do rio, podemos pensar na ampliação da caixa, melhorando a vazão, no levantamento das pontes”, disse João Ceribelli.

Um grande problema apontado pelo secretário é a ocupação desordenada da cidade; “Muriaé foi ocupada de uma forma indevida”, disse ele. “Nós estamos pagando hoje por erros cometidos há 50, 100 atrás e essa ocupação das margens do rio, esse assoreamento que a própria ocupação da cidade vem provocando”, acrescentou o coordenador da Defesa Civil.

De acordo com a legislação vigente, não se pode construir a 15m de distância da margem do rio. As propriedades particulares são regulamentadas e autorizadas pelos órgãos ambientais, não é competência da prefeitura.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, esteve aqui em Muriaé e, segundo o Secretário, deu sua palavra que vai enviar recursos para que a situação seja normalizada. Para que sejam feitas as intervenções necessárias no Rio Muriaé.

O Secretário de Atividades Urbanas também aproveitou para expressar seu agradecimento a todos que colaboraram no processo da enchente: “gostaria de fazer um agradecimento a equipe toda da Secretaria de Desenvolvimento Social, a equipe da Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a sociedade de uma forma geral que colaborou muito”, ressaltou Ceribelli.

Muriaé vivenciou uma situação atípica, a força da natureza chegou de forma descomunal com a elevada quantidade de chuva que caiu no final do ano passado e princípio deste ano, e os estragos não foram poucos. Porém os esforços das autoridades municipais estão concentrados de forma a solucionar tais problemas e a população tem se mostrada guerreira, não se deixando abater com as dificuldades. Vale lembrar um ditado popular que em diversas circunstâncias da vida já se mostrou real: “depois da tempestade vem à bonança”; o pior já passou, agora é trabalhar e acreditar que dias melhores virão.

 

 

 

Autor: Gazeta de Muriaé

Fonte: Gazeta de Muriaé

Tags: entrevista, enchentes, muros



Gazeta de Muriaé
HPMAIS