Gazeta de Muriaé
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Em 19/04/2007 às 17h16

Dragagem do Rio Muriaé promete acabar com enchente

  As chuvas sucessivas do início do ano e o rompimento da barragem da Mineradora Rio Pomba trouxeram a Muriaé dias de muito desespero e problemas que ainda persistem. Contudo, mesmo durante as enchentes, a Prefeitura já estudava formas de solucionar as dificuldades da população, providenciando o atendimento às famílias carentes, a limpeza das ruas e a disponibilização de vacinas contra prováveis infecções.

  Ao fim das cheias, a Administração Municipal, assessorada por suas Secretarias, iniciou um programa de recuperação da cidade, que incluía permanentes contatos com o Governo de Minas, através do qual foi possível a viabilização de verba para um curso de construção civil, doações aos desabrigados, amparo social, investimento na reconstrução e segurança de áreas danificadas. Muitas dessas ações também contaram com o apoio expressivo da comunidade.

  No entanto, é preciso ir direto à fonte que, neste caso, é o Rio Muriaé, vítima da poluição, do descaso das autoridades e do assoreamento - acúmulo de areia, solo desprendido de erosões e outros materiais que vêm com a chuva ou com o vento. São as matas ciliares – aquelas, ao longo da margem do rio – que filtram este material para que ele não se deposite sob a água. Quando as matas são indevidamente removidas, os rios perdem a sua proteção natural e ficam sujeitos ao assoreamento e ao desbarrancamento de suas margens.

  Com o objetivo de contornar este problema, a Prefeitura Municipal está trabalhando em um projeto de desassoriamento do Rio Muriaé que passou a configurar um desastre ambiental, após o descarregamento de lama proveniente de argila da Mineradora. “Estamos lutando para que nossa cidade tenha melhores dias e uma de nossas maiores preocupações é com a dragagem do Rio Muriaé. Estamos trabalhando por isso e, portanto, já temos toda uma equipe que está organizando e fazendo seu trabalho para colocar o município no rumo certo.

  Nossa intenção é realizar um trabalho competente, que traga tranqüilidade aos moradores, pelo menos, pelos próximos 20 anos”, disse ele.

  Para tanto, esteve em nossa cidade, na última semana, o engenheiro da ENEPLAM Projetos e Consultoria, empresa de Belo Horizonte encarregada de fazer um estudo prévio das reais condições do rio para que, então, possa ser feita a dragagem. Neste ponto de atividades, a função da equipe é viabilizar soluções técnicas da parte de dragagem, desobstruções, contenções e recuperação do Rio Muriaé.

  Pela terceira vez na cidade, Dr. Fernando disse que o projeto está em fase de finalização e que esta é uma ação de urgência para a cidade. “Parando em qualquer ponto, dá para perceber que o leito do rio está muito assoreado, ou seja, o rio está muito raso e, qualquer chuva, pode vir a causar enchente, trazendo muitos prejuízos, principalmente para a população ribeirinha, como já vimos acontecer em janeiro”, alertou. Segundo os técnicos da ENEPLAM, o Rio Muriaé apresenta, atualmente, em torno de 2 metros de entulho, o que quer dizer que ele está dois metros mais raso que o normal, dificultando a fluidez de água.

  O trabalho de dragagem deve ser feito em toda a extensão do rio, dentro do perímetro urbano de Muriaé, desde a entrada do bairro Santana (onde ainda é Rio Fubá), até depois do bairro Encoberta, na saída da cidade.
  Finalizando o projeto que propõe o assoreamento, a Eneplam irá encaminhá-lo à Secretaria de Obras para que, então, a Prefeitura Municipal de Muriaé possa encaminha-lo ao Ministério das Cidades, em Belo Horizonte, a fim de conseguir a liberação da verba necessária à execução do trabalho – cerca de R$ 28 milhões. A meta da Prefeitura é iniciar a dragagem ainda neste ano de 2007.

  Quanto ao problema de desalojamento enfrentado pelas famílias atingidas pelas águas das cheias, o prefeito José Braz esclareceu: “É necessário minimizar o sofrimento desses moradores e é o que estamos procurando fazer desde o primeiro dia de enchente. Eu aproveito a ocasião para avisar que as casas atingidas já estão sendo reformadas. Por isso, peço que pessoas tenham paciência, pois a intenção é ajudar a todas as famílias.

Nosso trabalho prossegue e contamos com apoios fortes, como o do governador Aécio Neves, deputado Lael Varella e deputado Bráulio Braz. Já temos 104 casas recuperadas no município de Muriaé e acabamos de fazer um contrato para a recuperação de outras quatorze. Tenho certeza que iremos conseguir mais recursos para prosseguir com nosso trabalho”.

Autor: Andréa Oliveira

Fonte: Gazeta de Muriaé



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