Lav. de café podada em 2009 por Esqueletamento
Os cafeicultores têm de observar constantemente a sua lavoura. Isso facilita a comunicação com o técnico da EMATER-MG e a identificação de pragas, doenças, sintomas de deficiência e muito mais.
Em alguns casos existe a indicação de podar a lavoura. O agrônomo pode identificar a poda como recurso para eliminar problemas de fechamento dos cafezais; aumentar área de ramos produtivos em plantas debilitadas, deformadas ou compactadas; acelerar a recuperação de cafeeiros atingidos por geadas, granizo, raio ou secas; renovar a estrutura da planta (hastes e copa); eliminar o excesso de hastes ou plantas; melhorar o arejamento e a penetração do sol no cafezal; facilitar o controle de certas pragas e doenças (broca e ferrugem) ou mesmo para programar ou escalonar a produção.
Como dissemos acima a poda do cafezal deve ser feita somente após observada a sua real necessidade, o que deve ser feito com a ajuda de um TÉCNICO . Podar sem critério acarreta perda de produção e custo adicional. Até o espaçamento de plantio já orienta o tipo de poda a ser feito.
Mas qual a época ideal para se podar a lavoura de café? Sempre após uma grande safra, sob o aspecto econômico, no período entre o término da colheita e o início das chuvas. Podas leves devem ser realizadas mais cedo, para a abertura das plantas e melhoria das floradas. Podas drásticas, realizadas mais tarde para permitir uma melhor recuperação da lavoura. Esse é um critério muito importante pois se a lavoura estiver muito debilitada, com poucas reservas, é melhor esperar um pouco a sua recuperação do trauma da colheita e, se houver a indicação pelo agrônomo, fazer a adubação no início das águas, antes de podá-la.
Basicamente, com algumas variações, temos como opção de poda o "decote, o esqueletamento e a recepa". O decote é uma poda mais suave e a recepa é a mais severa.
Não vamos entrar em detalhes sobre cada uma delas, pois recordamos o cafeicultor que a indicação do tipo de poda, época e tratos culturais outros deve ser sempre feito por técnico especializado na cultura, para que não se tenha perdas.
O cafeicultor deve ter em mente que só em casos extremos deve podar toda a lavoura, pois assim ficará sem produção, e consequentemente sem recursos para bancar as despesas.
O técnico também avaliará a possibilidade de erradicar parte da lavoura e implantar nova, se esta não apresentar condições de recuperação que dê retorno econômico.
Uma recomendação básica é que não se deve utilizar machados na poda, pois normalmente ele causa o abalo da planta e sua interligação no solo, o que acarreta recuperação inadequada e prejuízos futuros. Hoje já existem inúmeros instrumentos seguros para podas.
Para mais detalhes, o cafeicultor pode ter buscando o escritório local da EMATER-MG de seu município.
Robério Torres é Engenheiro Agrônomo da EMATER MG