Em 17/03/2011 às 13h41
Nos últimos dias, uma notícia deixou o Estado alarmado. No Sul de Minas, na cidade de Bambuí, uma mãe foi presa depois de jogar as duas filhas em um rio da cidade, a menina de cinco foi salva pela população local. Já o bebê de apenas três meses só foi encontrado, cinco dias depois, pelos militares do Corpo de Bombeiros.
Em Muriaé, as notícias de violência contra crianças, felizmente, tem sido pequenas, de acordo com Dr. Natália Magalhães, delegada responsável pelos crimes cometidos contra crianças e adolescentes. Os crimes mais comuns cometidos contra crianças no município e cidades que abrange 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil, são relacionados a negligências e violência física, já que muitos pais usam a surra como uma forma de educar os filhos.
"A negligência é a omissão em termos de cuidados básicos, por parte do responsável pela criança ou adolescente, que, a depender da intensidade, pode acarretar danos físicos, emocionais, psicológicos e até morte. Pode ser identificada em situações em que a criança ou o adolescente não é adequadamente alimentado, veste-se mal, apresenta higiene precária, não recebe atenção, carinho, ou também quando a criança é deixada sozinha, correndo o risco de acidentar-se", disse.
A doutora explica que o abandono é o tipo mais grave de negligência familiar, constituindo, portanto, um importante problema social. Isso se deve ao fato de que crianças e adolescentes são ainda imaturos para enfrentar, sem auxílio dos pais, os entraves impostos pelo ambiente.
De acordo com o a Lei Nº 8.069 do Estatuto da Criança e Adolescente, de 13 de julho de 1990, toda criança tem direito a vida, saúde, educação, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, e qualquer ação que as prive destes direitos é considerado crime, e os responsáveis podem ser acusados de abandono de incapaz, com penas que variam de prestação de serviços comunitários a prisão.
Dr Natália lembra que, felizmente, a violência sexual contra crianças tem diminuído na região da 4ªDRPC. "Ou não esta havendo denúncias, ou realmente, este crime hediondo diminuiu, porque tem mais de três meses, que não registramos nenhuma denúncia deste porte; pode ser também que as pessoas também não estão denunciando, por medo, vergonha, entre outras coisas; mas se isso acontecer em qualquer família, é necessário que alguém denuncie, já o fato de ficar omisso a esta situação, também configura como crime", completa a delegada.