Em 07/02/2011 às 10h45
Uma boa alternativa de renda e diversificação. É como cafeicultores dos municípios de Santa Margarida e São João do Manhuaçu estão vendo a caprinocultura leiteira. A atividade começou a ser desenvolvida há dois anos por dez produtores. Em pouco tempo, eles conseguiram uma boa produção e espaço no mercado. Todo o leite produzido pelo grupo é comercializado com um laticínio do Rio de Janeiro.
A ideia de trabalhar com leite caprino foi dos próprios cafeicultores. O objetivo é diversificar a produção. Os produtores se organizaram e buscaram informações sobre a atividade antes de tomar a decisão. "Nós visitamos algumas propriedades para ver de perto como era o trabalho e conversamos muito com pessoas da área ", diz o produtor Rivanildo Moreira.
Para iniciar a atividade os produtores tiveram de investir em estrutura e comprar matrizes. Cada um adquiriu dez animais. O grupo também comprou um tanque de resfriamento de leite com capacidade para armazenar 22 mil litros. O equipamento foi financiado com recursos do Pronaf, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.
Os cafeicultores também buscaram o apoio da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais). Os extensionistas passaram para os produtores todas as orientações sobre o manejo dos caprinos. Foram os técnicos da empresa que sugeriram ao grupo a compra do tanque de resfriamento.
O próximo passo é a criação de uma associação. Para isso os produtores contam com a assistência da Emater-MG. "Trabalhar em associativismo reduz gastos e ajuda na conquista de mercado", diz Paulo Roberto Corrêa, coordenador de culturas do escritório da Emater-MG em Manhuaçu.
Toda a produção, cerca de 2.400 litros de leite de cabra por semana, é vendida para um laticínio do Rio de Janeiro. Com isso, os produtores têm mercado garantido. O preço pago pelo litro de leite caprino é cerca de R$ 1,20. O dobro do valor pago pelo de vaca. "Isso é mais um estímulo para nós",explia Rivanildo Moreira.
O rebanho da propriedade de Rivanildo tem 80 animais. Atualmente são 22 cabras em período de lactação. A produção diária da propriedade, que fica no município de Santa Margarida, é de 60 litros. O produtor também cultiva um hectare de café. Por ano a lavoura produz em média 45 sacas do grão. Para Rivanildo é possível conciliar as duas atividades. "A caprinocultura não interfere no desempenho da cafeicultura. E o melhor é que não ficamos dependentes de uma única atividade", diz.
A propriedade de Marcos de Oliveira fica no município de São João do Manhuaçu. Há dois anos o cafeicultor decidiu investir na caprinocultura. O rebanho dele tem 24 animais e a produção é cerca de 20 litros/dia. "No começo foi difícil, mas as coisas estão melhorando", diz o produtor. Segundo Marcos, a caprinocultura é uma boa opção de renda. Para o futuro, ele pensa em ampliar e diversificar a produção. " O nosso grupo pensa em conquistar novos mercados e produzir derivados do leite de cabra", diz.