Com as fortes chuvas ocorrida nos últimos dias, várias foram as cidades que sofreram grandes prejuízos e, umas das mais atingidas foi sem dúvida, Patrocínio do Muriaé. Cidade com aproximadamente 4,5 mil habitantes na área urbana, teve quase a metade dos moradores atingidos, chegando a 30 o número de famílias que foram desalojadas e não tendo para onde ir, foram abrigadas em uma das escolas da cidade. 

  Na madrugada do ocorrido, a Policia Militar contribuiu para que um mal maior não acontecesse, quando passou a viatura de sirene ligada, avisando a população ribeirinha do que poderia acontecer.

  Esta semana a equipe da Gazeta de Muriaé esteve na cidade e, em entrevista com o Prefeito Arlindo Alves Figueira Neto, que trabalhou durante o final de semana para solucionar os problemas da população, falou da situação caótica na qual se encontra o município.

  Gazeta de Muriaé – Prefeito, como está a situação em Patrocínio do Muriaé?  Segundo informações, duas mil pessoas foram atingidas pela cheia e foram obrigadas a abandonar suas casas.

  Prefeito - Nós tivemos aqui em Patrocínio, de seis a oito ruas alagadas e essa enchente só não foi maior que as anteriores, de 79 e 97, faltando apenas 70 cm para atingir o nível da praça.

  GM - Já se possui uma idéia do prejuízo causado?

  Prefeito - Estamos fazendo o levantamento com engenheiros e a Defesa Civil, através do Capitão Gontijo e a Sargenta Dione, que estão na cidade desde quinta-feira, nos servindo; eles farão o relatório, que em seguida seja mandado ao Governo do Estado e a mineradora, para que possam ver o tamanho do estrago ocorrido na cidade. Há residências em que os moradores não tem condições de voltar devido o risco, que é tamanho. Trabalhamos desde quinta-feira na limpeza das ruas e casas devido a quantidade de lama da mineradora trazida pela chuva.

  GM - Existem residências condenadas pela Defesa Civil?

  Prefeito - Com certeza, há muitas residências condenadas, em que os moradores não podem voltar para elas.

  GM - Como a Prefeitura Municipal de Patrocínio do Muriaé está lidando com essa situação?

  Prefeito - Nós estamos enfrentando uma grande dificuldade e o obstáculo maior partiu da Presidência da Câmara, pois a mesa ainda não colocou o Orçamento em votação, ou seja, ainda estamos sem o orçamento de 2007, e isso é mais um dano para o município. Isso traz mais prejuízo para nós, pois estamos totalmente parados; o Posto de Saúde está funcionando precariamente, pois os contratados tiveram que ser dispensados; o Hospital e o PSF estão funcionando precariamente. Isso tudo ocasionado pelo fato de não termos a Lei do Orçamento de 2007 aprovada ainda.

  GM - Diante desse transtorno, qual seria a saída para que essa situação fosse resolvida?

  Prefeito - Estamos aguardando a votação pelos vereadores e o Executivo entrou na Justiça visando resolver esse problema, pois já não é um problema político, mas sim politiqueiro. O povo é quem acaba saindo prejudicado por isso e ele não tem que pagar por isso. Na situação que acabamos de passar, o PSF não está funcionando, os médicos contratados não estão trabalhando, isso é uma falta grave e nós não temos receita; então, não posso criar uma despesa. Nada do que foi feito do dia primeiro de janeiro até hoje, não tem como ser pago; então, acabamos ficando de braços cruzados perante esta situação. Esperamos a decisão da Justiça de dar resposta a essas pessoas incompetentes, que não tem condição de administrar o serviço, entregando o poder a quem tem.
  Faltou pensar no povo, pois eles não devem pagar por rixa política; política tem sua hora, agora é hora de pensar no povo, de dar as mãos e lutar pelo melhor da cidade. A cidade está bem cuidada, com obras e estamos conseguindo muitos feitos para a população e a oposição com inveja, só visa perturbar.