Gazeta de Muriaé
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Em 18/01/2007 às 15h05

Pós enchente preocupa autoridades da Saúde

Secretariao de Saúde Dr Marcos Guarino

   Dr. Marcos Guarino garante que os Postos de Saúde estão preparados com medicamentos para atender as  vitimas da enchente

  Com a forte chuva que caiu recentemente em Muriaé e região, alagando várias ruas e bairros da cidade vive-se, atualmente,  momentos de preocupação com a saúde da população.

  Após uma enchente que atingiu boa parte da cidade, deixando grande número de desabrigados, totalizando aproximadamente 10 mil pessoas, existem importantes cuidados a serem tomados por aqueles que mantiveram contato com a água nesses dias.  

  Nesta semana, a Gazeta de Muriaé procurou o Secretario de Saúde, Dr. Marcos Guarino, para maiores esclarecimentos em relação à saúde da população e precauções a serem tomadas.

  Gazeta de Muriaé - Como vem sendo o trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde com a população atingida pela enchente?

   Marcos Guarino - Durante esse período, felizmente nós temos em Muriaé Corpo de Bombeiros e Policia Militar ajudando muito a população, contribuindo para que não tivéssemos nenhum acidente mais grave, já que tivemos somente acidentes leves. E como no caso das vitimas que estão desabrigadas, são poucos os casos no momento que necessitam de assistência médica. Trabalhamos durante todo o período na prevenção distribuindo folhetos, tentando comunicar a população medidas que deveriam ser tomadas, como o contato com a água e após esse período de cheia, quem teve contato com a água da enchente, deve procurar os Postos para orientação e vacinação.

  GM - E os Postos de Saúde estão preparados para atender a população?

  MG - Desde o inicio da chuva, os Postos de Saúde já possui as vacinas necessárias e cada caso deve ser individualizado para se saber quais as vacinas a pessoa não tomou para evitar que ela vacine de novo. Então, no período das enchentes, está sendo feito o trabalho de prevenção. O que sabemos é que após um período de alguns dias, pode começar a aparecer a dengue, a leptospirose (doença que não existe imunização, mas sim vacinação) e hepatite. Mas os hospitais já estão prontos para receber qualquer tipo de eventualidade, e espero que não haja, mas de qualquer maneira a Secretaria de Saúde já trabalhou tanto na prevenção, como também está aguardando para saber como irá evoluir essa enchente em Muriaé.

  GM - Como estão funcionando o critério das vacinações? Há vacinas suficientes?

  MG - De 24 a 36 horas, o Estado já disponibilizou as vacinas para o município. Assim que começou esse período, encaminhamos um fax ao Governo Estadual solicitando mais vacinas; já possuíamos vacinas nos Postos, mas talvez não tivéssemos a quantidade suficiente para atender as vitimas. Em 36 horas as vacinas já estavam em Muriaé e na última segunda-feira recebemos soros e mais medicamentos para atender pessoas que perderam nas enchentes seus medicamentos de uso continuo e para as pessoas que vão precisar de soro oral;  a própria FUNED já disponibilizou todo o medicamento necessário.
  No último sábado, os Postos das regiões afetadas funcionaram até às 17 horas e no primeiro dia foram aplicadas mais de mil vacinas; a população pode ficar tranqüila, pois há quantidade suficiente de vacinas. Somente as pessoas que tiveram contato com a água é que terão necessidade de procurar os Postos.
  Como teve o caso de rubéola em Belo Horizonte e sarampo na Bahia, estamos aproveitando para fazer a triviral, que é rubéola, caxumba e sarampo. Desta vez a rubéola atingiu, principalmente, o adulto jovem masculino e as campanhas anteriores foram destinadas às mulheres em idade fértil e crianças; quando voltou, desta vez, ela atingiu principalmente o publico masculino e, então, estamos aproveitando esse surto para fazer a vacinação.


  GM - O que os moradores atingidos pelas águas podem fazer para contribuir para que essas enfermidades não sejam disseminadas?

  MG - A primeira coisa a ser feita é evitar deixar água parada, o que é um chamativo para o mosquito da dengue se proliferar; como também procurar não deixar lixo ao ar livre, destampado, procurando colocá-los em caixas, recipientes plásticos e com tampas. Essa é uma oportunidade boa para acabarmos com os ratos e a Secretaria já está disponibilizando bastantes remédios de ratos; para isso é importante que a população deixe os terrenos limpos, não jogando lixo nos terrenos baldios, senão voltaremos a ter problemas com ratos e mosquitos. A limpeza é importante para que não haja proliferação desses animais causadores de doenças.

  GM - Como se encontra ainda a situação dos distritos?

  MG - Os distritos que foram atingidos estão tendo as mesmas orientações, com os Postos em funcionamento, recebendo toda equipe responsável, juntamente com os medicamentos. Ou seja, o mesmo atendimento que está sendo feito na cidade está sendo desenvolvido nos distritos, com a distribuição de vacinas e prevenção; está última, é a parte mais importante, pois quanto mais agirmos na prevenção, menor será o risco de doença.
 
  GM – Então, em relação à saúde, a população muriaeense pode ficar tranqüila?

  MG - A situação está sob controle, estamos tendo total apoio da Regional de Ubá e da Secretaria Estadual de Saúde, o que nos possibilita total segurança. E qualquer desdobramento que ocorra com essa cheia, estaremos capacitados para cuidar da população.

Cuidados com a leptospirose

  Devido às enchentes, é grande o risco de contaminação das águas pela urina do rato. A água contaminada pode transmitir a leptospirose.

  É aconselhável que a população evite o contato da pele com a água e lama das enchentes. Use luvas, botas ou sacos plásticos duplos nas mãos e nos pés, jamais use água de poços, cisternas ou córregos sem ferver ou desinfetar.

  Toda pessoa que tiver febre, dor muscular e calafrios deverá procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo.

  A leptospirose é uma doença infecciosa causada por bactéria chamada leptospira, transmitida principalmente pela urina do rato. Os ratos e animais silvestres são reservatórios da doença.

  Os principais sintomas são mal-estar, dor de cabeça, febre, vômito, dores musculares (na barriga e na batata da perna) e icterícia (amarelão). Ao sentir os primeiros sintomas, procure imediatamente o Posto de Saúde ou unidade hospitalar mais próximo.

Autor: Leonardo de Castro

Fonte: Secretaria de Saúde



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