Gazeta de Muriaé
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Em 19/02/2010 às 12h51

MURIAÉ livre do Tabaco

A cada ano, cerca de 5 milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, vitimadas pelo tabaco. Deste total, 80.000 óbitos acontecem apenas no Brasil.
 
Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que também alerta que se nenhuma atitude for tomada para combater o tabagismo, a tendência é que esse vício mate um bilhão de pessoas ainda neste século.
 
Para baixar esses números, a OMS tem tomado medidas drásticas, como a implementação de leis que impedem o fumo em locais públicos e de trabalho, a proibição de propagandas de cigarro e o aumento do preço do produto, o monitoramento do consumo da droga e o fornecimento de informações à população sobre os malefícios do vício.
 
No Brasil, além das imagens chocantes veiculadas nos maços de cigarro, o Ministério da Saúde vem investindo, desde 2001, em tratamentos oferecidos nos hospitais públicos federais, estaduais e municipais. Também tem sido considerável a abrangência de campanhas desenvolvidas em parceria com o estado e com os municípios.
 
Dentro destas campanhas, merece destaque o movimento “Minas Gerais livre do Tabaco”, lançado, no último ano, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde e com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e levado às Gerências Regionais de Saúde (GRS), que passaram a funcionar como multiplicadores nos municípios junto a médicos, enfermeiros, psicólogos e agentes de Saúde da Família. O movimento visa à implantação e ao desenvolvimento de programas de tratamento de tabagismo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Postos de Saúde.
 
Em Muriaé, o “Minas livre do Tabaco” tem sido desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, através do “Programa de Controle do Tabagismo”, que tem como coordenadora a enfermeira Soraya Lúcia do Carmo: “Nós trabalhamos por etapas. A 1ª, que foi a implantação do programa, teve início em 2009, quando começamos a capacitar os profissionais e a fazer a abordagem mínima dos fumantes, com palestras e orientações ligadas à qualidade de vida. Agora, estamos implantando o programa junto a seis equipes de PSFs e, além disso, iniciamos a abordagem intensiva. Esta é a etapa do funcionamento, com a equipe já montada”.
 
Segundo a coordenadora, os profissionais passaram por um treinamento intensivo em Belo Horizonte, junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e, após o Carnaval, as seis equipes dos PSFs – Barra II, Safira, São Pedro, Primavera, Porto e Vermelho – irão iniciar uma triagem nos bairros: “Nós iremos selecionar aqueles que realmente querem parar de fumar. Até agora, temos cerca de 500 pessoas cadastradas no programa”.
 
Também para fevereiro, no dia 25, está agendada, no CDModas, uma palestra aberta à população, ocasião em que será explicado o funcionamento do “Programa de Controle do Tabagismo de Muriaé”, cujos encontros serão realizados ao modelo dos Alcoólicos Anônimos (AA), com reuniões semanais e quinzenais, à noite. “Iremos conversar sobre o tema e passar vídeos para sensibilizar os fumantes, procurando mudar seus comportamentos”, ressaltou Soraya.
 
Após a triagem dos pacientes, eles passarão por uma avaliação médica, sendo a primeira delas, psicológica, para verificar o grau de dependência e que tratamento será aplicado – goma de reposição de nicótica, adesivo ou com o medicamento bupropiona, distribuído apenas com receita médica, por profissionais capacitados, na Farmácia Municipal. A partir daí, serão formados grupos de 15 pacientes que, ao longo de três meses, irão passar por tratamentos personalizados, incluindo atividades físicas.

Muriaé na luta contra o tabaco
 
O “Programa de Controle do Tabagismo de Muriaé” será implantado como um projeto-piloto e, por isso, inicialmente, será levado apenas a seis unidades de PSFs. Vale ressaltar que tal programa só foi implantado, até agora, dentre os municípios que compõem a Gerências Regionais de Saúde (GRS), em Muriaé e Ponte Nova. “É grande a nossa expectativa, pois, durante as reuniões em Belo Horizonte, vimos que o programa tem funcionado muito bem, com retorno considerável, pois 85% dos fumantes param de fumar e depois vêm dar depoimentos para relatar suas experiências a outros fumantes”, pontua a enfermeira Soraya, também coordenadora do programa.
 
Apesar dos esforços, cabe apenas ao fumante perceber o quão mal o cigarro faz à saúde e decidir parar de fumar. Para se ter uma idéia, os benefícios de se largar o vício aparecem já nos primeiros 20 minutos de abstinência. Uma pessoa que fuma um maço de cigarros por dia tem probabilidade 20 vezes maior de desenvolver câncer de pulmão do que uma não fumante. São também 20 vezes maiores as chances de desenvolver bronquite crônica. O fumante tem sete vezes mais chances de desenvolver úlceras e câncer de estômago, além de ser triplicado o risco de derrame, de câncer de bexiga, de problemas periodontais, dentre outros.
 
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Dr. Marcos Guarino, outra grande preocupação diz respeito aos jovens, já que, diariamente, mundo afora, 100 mil jovens começam a fumar, sendo 80% destes em países pobres ou em desenvolvimento: “As doenças aparecem 20, 30, até 40 anos depois e vão de cânceres de pulmão, boca, língua, faringe, esôfago a problemas cardíacos, circulatórios, enfisemas e outros. O tabagismo é hoje uma das principais causas de morte. Por isso, este programa do município de Muriaé é fundamental para que sirva de exemplo à população jovem, para que eles não comecem a fumar”, finalizou Dr. Marcos Guarino.

Autor: Lúcio Vargas

Fonte: Gazeta de Muriaé



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