Gazeta de Muriaé
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Em 15/11/2019 às 00h50

Fórum pela Promoção da Igualdade Racial debate os rumos da mineração para as comunidades negras de Minas Gerais

Mandato do Betão participa do Fórum, que acontece em Muriaé, discutindo temas como regularização fundiária, os acidentes das barragens em Minas e a violência contra a juventude

A tão sonhada igualdade racial norteia o debate das 160 participantes 
do 12º Fórum pela Promoção da Igualdade Racial (Foppir). Entre eles a 
secretária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do 
Estado de Minas Gerais (FETRAF-MG), Mariana Nzinga. "Discutir e falar 
em igualdade racial em uma sociedade tão desigual, que nega direitos à 
população negra, é o caminho para construção da sociedade do bem 
viver", resume ela que também integra a organização do evento.

Com o tema "Mineração Aqui Não", o Foppir deste ano acontece em 
Muriaé, entre os dias 14 e 17 de novembro. Desde sua constituição, o 
Fórum vem se tornando um evento referência em Minas Gerais na luta 
pela igualdade racial. "Além de discutir sobre a igualdade racial, 
temos que fomentar ações como o Fórum, que discute temas fundamentais 
para a elaboração de políticas públicas para os trabalhadores, jovens, 
mulheres e toda a população negra", disse Betão lembrando que levará 
esses e outros assuntos para a comissão de Direitos Humanos, do qual 
faz parte.
O Foppir contará com representantes do movimentos sociais, entidades 
da sociedade civil, comunidades quilombolas e grupos culturais e 
religiosos. Temas relevantes como minérios e energia para soberania 
estão dentre os eixos temáticos e foram debatidos inclusive pelo 
deputado Betão na Assembleia Legislativa.
"Eles sempre alegam que a mineração vai trazer desenvolvimento 
econômico, mas o que a gente vê é que as empresas de mineração trazem 
devastação e morte, como Mariana e Brumadinho. Constroem barragens 
feitas para romper e matar trabalhadores", reforçou Betão, que também 
fez questão de colocar o mandato à disposição das comunidades 
quilombolas.

Fórum tem como marca a representatividade

Voltado para a inserção social, sobretudo, da etnia negra, o Fórum tem 
como marca a representatividade, segundo o fundador do grupo Afro 
Ganga Zumba, de Ponte Nova, Pedro Catarino. "A partir do despertar da 
consciência crítica e da luta organizada, o Fórum propõe formulação e 
implementação de políticas públicas, voltadas principalmente à 
promoção da igualdade racial", disse Catarino.
Distribuídos entre palestras, grupos de discussões e oficinas 
práticas, os participantes vão debater outros eixos temáticos ligados 
ao negro como saúde, segurança alimentar, mineração e energia, 
soberania, juventude e dignidade humana. Com carga horária de 30 
horas, o Fórum é organizado pelo Fórum Mineiro de Entidades Negras - 
Fomene, que possui coordenadorias, cujo membro de uma delas é Pedro 
Catarino, Ponte Nova.
"O Fomene é importante, pois congrega diversas entidades do movimento 
negro, interioriza a discussão em conjunto com outros municípios 
mineiros e socializa a realidade do povo negro no Brasil, em especial, 
neste governo que não tem qualquer proposta para o nosso povo".
Mais de uma década de discussões marcam o evento
Desde 2004 o Fórum é referência na discussão de igualdade racial de 
Minas Gerais. Atualmente, congrega mais de 20 entidades que atuam na 
promoção da igualdade racial. A articulação também faz questão de 
envolver grupos de discussões em mais de 50 municípios de Minas 
Gerais, diversas entidades, grupos e movimentos sociais, tornando-se 
um espaço para discussões, debates e proposições acerca de políticas 
voltadas para a promoção de igualdade racial em diferentes esferas do 
poder público.



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