Gazeta de Muriaé
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Em 07/08/2009 às 15h27

PRONTOCOR: Excelência em Cardiologia

A equipe de Cirurgia Cardiovascular do Hospital Prontocor, chefiada pelo Dr. Flávio Reis Gouvêa, obteve, segundo a Secretaria de Estado de Saúde – MG (SUS), o melhor resultado em Cirurgia Cardiovascular do Estado de Minas Gerais.
 
Nascido em Cataguases, Dr. Flávio, chefe do Serviço de Cirurgia Cardiovascular e coordenador do CTI do Hospital Prontocor, é cirurgião staff adulto e pediátrico do Instituto Nacional de Cardiologia (Ministério da Saúde) e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.
 
Com muita gentileza, ele nos recebeu em seu consultório em nosso município, concedendo-nos essa entrevista à Gazeta de Muriaé.

GAZETA: Dr. Flávio, como é receber esse prêmio de melhor Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Estado de Minas Gerais em uma área tão complexa?

DR. FLÁVIO: Gratificante. É o reconhecimento de um trabalho bem feito. Não esperávamos obter o melhor índice em cirurgia cardiovascular do nosso estado em um serviço com apenas três anos de existência e sempre trabalhamos com uma missão - oferecer o melhor a todos nossos clientes. Se isso gerou esse reconhecimento por parte da Secretaria Estadual de Saúde, ficamos muito felizes e honrados.

GAZETA: Sabemos que o Serviço do Hospital Prontocor obteve a menor taxa de mortalidade em cirurgia cardíaca (1,96 %) do Estado de Minas Gerais. A que se deve esse excelente resultado?

DR. FLÁVIO: A todos os membros da nossa equipe (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, técnicos e auxiliares de enfermagem e a todos funcionários do hospital) e à nossa estrutura hospitalar (aparelhos de última geração). Esses resultados positivos foram construídos com muito trabalho, dedicação, disciplina e compromisso com a população e com a instituição. É como uma boa colheita: precisamos preparar o solo corrigindo as suas deficiências, escolher as melhores sementes, semeá-las, cultivá-las, não deixar as pragas crescerem e ai colher os frutos. Foi o que fizemos. Nós sabemos, por dados do DATASUS, que a taxa de mortalidade nacional do SUS em cirurgia cardiovascular é de 8 a 10 %. Para obtermos bons resultados precisamos ter um time de profissionais especializados, experientes e envolvidos.  Por trás de aparelhos de última geração tem que ter profissionais capacitados. Cirurgia cardiovascular é multidisciplinar: funciona como um time de futebol, cada um sua posição fazendo a coisa certa na hora certa, aí o resultado será a vitória que, no nosso caso, é devolver esse paciente à sociedade, produtivo e com qualidade de vida.

GAZETA: Como foi a implantação desse serviço de alta complexidade em Muriaé?

DR. FLÁVIO: Difícil, como disse, exigiu muito esforço pessoal de cada membro da nossa equipe. Tivemos que quebrar vários paradigmas. Nossa primeira cirurgia foi no dia 25/03/06 (sábado), uma revascularização do miocárdio em uma paciente de Eugenópolis. A partir daí, veio o credenciamento do SUS e hoje operamos 16 (dezesseis) cirurgias cardíacas por mês. No inicio, nossa equipe vinha do Rio de Janeiro, mas fomos fazendo a transição e, hoje, 100 % de nossa equipe mora em Muriaé, o que influencia de forma decisiva no processo da cirurgia cardiovascular e, consequentemente, nos resultados obtidos.

GAZETA: Como o Sr. enxerga o Hospital Prontocor no contexto da cirurgia cardiovascular em Minas Gerais e no Brasil?

DR. FLÁVIO: Eu sou suspeito em falar. O Hospital Prontocor, fundado na década de 80, passou por uma grande transformação nos últimos anos, em todos os sentidos. A profissionalização se faz presente em todos os setores, o que cria bases sólidas para um crescimento sustentável a médio e longo prazo. Um hospital de atendimento basicamente clínico, no passado, hoje ganha notoriedade, não só pelo atendimento clínico cardiológico de excelência, mas, também, pelo atendimento cirúrgico (cirurgia cardíaca e hemodinâmica). Temos um CTI com dez leitos equipados com monitores multiparâmetros, respiradores, bombas infusoras, balão intra-aórtico, swan-ganz e o que é mais importante, uma equipe de profissionais especializados, capacitados e comprometidos com a instituição e os clientes. Um hospital que, há três anos não realizava uma cirurgia sequer, hoje realiza, além da cirurgia cardiovascular, cirurgias ortopédicas, oftalmológicas, estéticas, vasculares, urológicas, geral, dermatológica, graças ao avanço tecnológico e ao desenvolvimento de seu corpo clínico.

GAZETA: Que tipo de cirurgias são realizadas pela sua equipe no Hospital Prontocor?

DR. FLÁVIO:
Praticamente todas. Cirurgia de revascularização do miocárdio (Ponte de Safena) com circulação extracórpórea e sem circulação extracórpórea (coração batendo), troca ou plastia da válvula aórtica, troca ou plastia de válvula mitral e tricúspide, correção de aneurisma de aorta torácica e abdominal, implante de endoprótese, cirurgia para tratamento da fibrilação atrial, cirurgias congênitas de adulto e pediátrica, e os implantes de marcapassos, cardiodefibriladores implantáveis e ressincronizadores.

GAZETA: Dr. Flávio, dentro dessa análise realizada pela Secretaria Estadual de Saúde, quais são as suas perspectivas para o futuro?

DR. FLÁVIO: Ótimas. Nós realizamos um bom trabalho, mas, sabemos que muito mais precisa ser feito. Precisamos avançar e atender a um número maior de clientes, sem perder o foco da qualidade e humanização, mas, para isso, precisamos de recursos, já que trabalhamos com alta complexidade, que tem um alto custo. Hoje atendemos a uma região de um milhão e meio de habitantes: são clientes de Muriaé, Cataguases, Leopoldina, Mirai, Vista Alegre, Recreio, Ubá, Além Paraíba, Manhuaçú, Manhumirin, Carangola, Espera Feliz, Miradouro, Fervedouro, Barão do Monte Alto e outras dezenas de municípios que, se fossemos aqui colocar, encheria toda essa página. Trabalhamos ainda com os recursos (teto financeiro) que o ministro Saraiva Fellipe deixou aqui em 2006, mas, com a ampliação da área de atendimento, a necessidade de recursos se faz presente. É de conhecimento de todos (matéria desse jornal) a visita que o nosso ilustre ministro das Comunicações, Hélio Costa, fez ao Hospital Prontocor, avaliando como imprescindível o papel do Prontocor no cenário da saúde da região e de Minas Gerais. Nos próximos dias, Dr. Odilon e Hélio Costa irão se reunir com o ministro da Saúde, em Brasília,  a fim de aumentar os recursos destinados  a Muriaé, para melhorarmos ainda mais o atendimento da população da cidade e região.

GAZETA: O Sr. tem algum projeto em andamento para os próximos anos?

DR. FLÁVIO:
Claro. Nós sabemos que a implantação desse serviço de cirurgia no Hospital Prontocor em Muriaé trouxe uma grande esperança e conforto para todos aqueles que precisam de um atendimento na área de cirurgia cardiovascular em nossa região, não precisando mais se deslocar para os grandes centros em busca de atendimento e qualidade; mas sabemos, também, que não podemos nos acomodar. Estamos trabalhando numa possível parceria entre o Prontocor e o Instituto Nacional de Cardiologia, ampliando o atendimento em cirurgia cardiovascular infantil e, quem sabe, num futuro próximo, transplante cardíaco.

GAZETA: O Sr. não acha um projeto audacioso para ser implantado no interior?

DR. FLÁVIO:
Audacioso sim, mas não impossível. A interiorização da medicina de alta complexidade é uma realidade em todo Brasil. Precisamos acreditar nesse potencial, sabendo que existem profissionais competentes e qualificados para desempenhar esse papel. Quem acreditaria que Muriaé iria ter uma cirurgia cardíaca forte? Hoje, isso existe e eu posso lhe afirmar. O que precisamos é ter as pessoas certas, no lugar certo, fazendo a coisa certa. Eu aprendi em minha formação que: “não há dificuldade que resista ao trabalho”.

GAZETA: Com todo esse trabalho sobra tempo para família?

DR. FLÁVIO:
Tempo a gente faz e, graças a Deus, eu casei com a Dra. Mônica (cardiologista-intensivista), responsável pelo pós-operatório e meu braço direito. Costumo brincar dizendo que se ela não estiver por perto eu não opero (risos)... Temos duas filhas maravilhosas e todo apoio - tanto da minha família como da dela.


Consultório: Av. Dr. Passos, 719 - Centro- Muriaé – MG
Tel – (32) 3729-3824  / 3729-3800 ramal 256
Cel- ( 32) 8844-9060
e-mail = flaviorgo@uol.com.br

Autor: Lúcio Vargas

Fonte: Gazeta de Muriaé



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