Presente no calendário da FAMINAS desde 2004, o Encontro de Iniciação Cientifica teve inicio na segunda-feira(13) e seguiu até quarta-feira(15).     

   Enfatizando o lado cultural, durante a abertura do III ENIC o público presente, composto por alunos e professores, puderam conferir duas apresentações: a do coral da FAMINAS, organizado pelo professor, Mestre Samuel Ferreira da Silva, e do Grupo de Teatro FAMINAS Em Cena, dirigido pelo professor Helder Silveira. O espetáculo encenado, “Deus e o Diabo no Enic”, teve inicio a partir de uma criação coletiva, vinda de improvisações teatrais.

  Segundo o Coordenador de Extensão, Mário Fernando, o ENIC já é um evento aguardado na FAMINAS, geralmente realizado em outubro; este ano foi adiado para novembro devido ao grande numero de trabalhos inscritos. “Contamos com 1.300 autores e posso dizer que tem sido uma projeção geométrica, e não aritmeticamente, e contamos também com a participação de 30 instituições”. Com o grande número de participação é possível dizer que é um grande avanço: “é difícil ver instituições privadas investir na pesquisa e se formos analisar a instituição privada, muitas trabalham para ver recurso e a FAMINAS visa a pesquisa, incentivando o crescimento educacional do aluno, por isso ela investe na pesquisa”.

  Para iniciar o III ENIC veio do Rio Grande do Sul um dos mais respeitados cientistas brasileiros no mundo, o glaciologista Jefferson Cárdia Simões, palestrante na abertura do evento. Em sua apresentação, Jefferson, que é Doutor pela Universidade de Cambridge e Pós-doutor pelo Laboratoire de Glaciologie et Géophysique de l'Environnement (LGGE) du Centre National de la Recherche Scientifique (França), apresentou um panorama da atividade científica brasileira em solo antártico.

  “Gostei muito da iniciativa deste encontro cientifico pois é um dos caminhos mais certos para divulgar a ciência e criar uma grande expectativa entre os futuros pesquisadores”, frisou o convidado. Ainda, segundo Jefferson, trabalho de iniciação cientifica é a primeira iniciativa; ela tem como objetivo mostrar os procedimentos da pesquisa, de como funciona e incentivar a criatividade do aluno de graduação; não se espera nenhuma solução de problemas substanciais, mas é ali que começa a pegar o inicio e o interesse do aluno.

  O Coordenador Helvécio Cardoso disse estar vivenciando a qualidade do Encontro de Iniciação Cientifica, dos trabalhos e a participação dos alunos: “esse ano inovamos, apresentando também o lado cultural, ou seja, além da ciência e educação, temos a cultura, reunidos no mesmo evento, com dimensões significativas em relação a algumas instituições de ensino superior”. O ENIC está seguindo uma escala crescente se comparado aos anos anteriores: “estamos melhorando em todos os aspectos e a tendência é melhorar a cada ano e no próximo vamos dar mais ênfase as qualidades dos trabalhos e a tecnologia, que infelizmente ainda deixa a desejar, pois temos muita ciência e pouca tecnologia”.

  Ainda durante a solenidade de abertura houve a entrega do título Honoris Causa concedido pela FAMINAS à professora Júlia Maia Ribeiro Turetta, a dona Lola. Aos 94 anos de idade, dona Lola recebeu o justo reconhecimento de seus anos de dedicação à docência em Muriaé das mãos do prof. Dr. Roberto Barbieri.

  Segundo o professor, Doutor Roberto Barbieri, hoje no Brasil são poucos os congressos que têm mais de 500 trabalhos apresentados. “Selecionar as pesquisas é parte de um processo de amadurecimento científico, tanto dos acadêmicos quanto do próprio evento. Assim, houve um crescimento, não apenas quantitativo e isso é uma grande vitória; é um grande trabalho da equipe dos professores da Comissão Organizadora do ENIC, e que nos coloca em um patamar de qualidade nacional bem elevado”.

   A tarde houve apresentações orais de trabalhos, durante as quais, não apenas o conteúdo foi objeto de discussão, mas principalmente a natureza do método científico. A noite, os alunos do turno da noite apresentaram seus trabalhos à banca.

  Com o objetivo de conferir maior seriedade e transparência à avaliação dos trabalhos, o Encontro de Iniciação Científica FAMINAS Zona da Mata contou com a presença de dez avaliadores externos. Vindos de renomadas instituições, os experientes pesquisadores foram responsáveis, não somente pela avaliação, mas também pela definição dos 40 melhores trabalhos – a serem apresentados na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em 2007.

   Além da viagem, proporcionada pela FAMINAS aos 40 melhores trabalhos, os dez primeiros colocados terão direito a uma bolsa no valor de R$ 1.000, a serem investidos exclusivamente em atividades de pesquisa.

  Presidida pelo professor Luciano Schmitz, a Comissão conta ainda com os pesquisadores e professores Alexandra Ramos, Arlindo Inês Teixeira, Carlos José de Castro Costa, Cristiano Andrade Quintão Coelho Rocha, Daniela Pedreira Aragão, Fabrício Ramos, Maria de Lourdes Lima Malafaia, Mário Monteiro de Castro Neto e Silvana Lima Silveira Hotes.